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Guraujá (foto) e outras praias do litoral de São Paulo enfrentam dias seguidos de muitas nuvens com chuva, temperatura abaixo da média e águas do mar mais frias | METSUL METEOROLOGIA

Moradores da cidade de São Paulo, do interior e do litoral paulista se perguntam neste começo de ano: onde está o verão? O questionamento faz todo o sentido. Os primeiros dez dias do mês de janeiro na capital e grande parte do interior paulista foi marcado por tempo chuvoso e dias de temperatura muito abaixo da média desta época do ano.

Na cidade de São Paulo, conforme dados da estação convencional do Mirante de Santana, as temperaturas no primeiro decêndio (período de dez dias) de janeiro apresentaram um desvio negativo (abaixo da média) para o período, tanto nas máximas como mas mínimas.

Na estação convencional do Instituto Nacional de Meteorologia no Mirante de Santana, zona Norte da capital paulista, chamou atenção a média das temperaturas máximas, que ocorrem às tardes, e que ficou em 23,9°C nos primeiros dez dias do mês.

O valor representa um desvio de quase -4,0°C em relação à média histórica do primeiro decêndio, considerando os anos de 1961 a 2022. É o segundo menor valor do primeiro decêndio de janeiro desde 1961, perdendo somente para 1965, quando se registou 23,8°C. O valor registrado agora suplantou o de 1982, de 24,0°C.


A média das temperaturas mínimas também ficou abaixo da referência histórica com um valor de 17,6°C. As mínimas nos primeiros dez dias de janeiro ficaram 1,2°C abaixo da média climatológica decendial para as últimas seis décadas. Em relação ao histórico, é a décima menor marca desde 1961.

A chuva, por sua vez, não desviou muito dos padrões climatológicos históricos. Na cidade de São Paulo, o Mirante de Santana acumulou 79,8 mm neste início de janeiro até a manhã do dia 10. O valor está muito perto da média histórica do período que é de 81 mm.

As temperaturas ficaram abaixo da média na capital e em grande parte de São Paulo especialmente devido à atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), resultado do persistente encontro (convergência) de ventos úmidos vindos do Atlântico, mais frios, passando pela faixa Leste do estado, e ventos vindos da bacia amazônica.

O sistema foi potencializado por águas costeiras mais frias que o normal para a época do ano e por áreas de baixa pressão, o que contribuiu para vários dias seguidos de tempo nublado a encoberto, volumes expressivos de chuva e temperaturas abaixo da média. Uma massa de ar frio ingressou no Sul do país na primeira semana do ano, com ao menos três dias de geada na região, contribuindo ainda mais para a temperatura baixa.

A tendência, conforme análise da MetSul, é que o avanço de ar mais quente a partir do Sul do Brasil e a desconfiguração da Zona de Convergência do Atlântico Sul proporcionem uma menor cobertura de nebulosidade e o aparecimento do sol com nuvens nesta segunda metade da semana, o que trará tardes mais quentes.

Mas justamente o maior aquecimento favorecerá a ocorrência de chuva e temporais isolados com chuva forte da tarde para a noite. Alguns destes temporais podem despejar volumes de muito elevados em curtos períodos localmente com risco de alagamentos e inundações repentinos, sobretudo na capital e na Grande São Paulo.

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