Será que em 2013 acaba a longa trégua?

Reprodução/NYPost/CP

A temporada de furacões do ano passado no Atlântico Norte foi bastante ativa com um total de 19 tempestades, sendo 10 delas furacões. O evento que mereceu maior destaque foi a tormenta Sandy que arrasou áreas do Nordeste dos Estados Unidos com dezenas de mortes e um prejuízo de dezenas de bilhões de dólares. Foi um evento catastrófico em partes de Nova Iorque, Nova Jersey, Long Island e áreas adjacentes. Sandy, contudo, foi destrutiva não por ser um furacão intenso, mas sim por uma rara combinação entre um ciclone tropical (centro quente) já fraco, no caso Sandy, com um ciclone extratropical (centro frio). Os dois sistemas se encontraram na costa e originaram a supertempestade.

  Furacão Sandy – Satélite Alta Resolução NASA

O último furacão intenso (categoria 3, 4 ou 5 na escala Saffir-Simpson) a atingir a área continental dos Estados Unidos foi Wilma em 2005, quase 2800 dias atrás. Será que a trégua acaba na temporada de 2013 que neste 1º de junho tem início? A maioria das previsões publicadas nos Estados Unidos aponta outra temporada com mais tempestades que a média.

Furacão Wilma- Satélite Alta Resolução NASA

Segundo análise dos meteorologistas dos principais institutos americanos as condições atmosféricas/oceânicas são favoráveis a uma temporada muito ativa. Isso porque a temperatura da superfície do mar está acima da média no Oceano Atlântico combinado à ausência do fenômeno Climático El Niño. Além disso, um padrão multi-decadal presente de elevada atividade de furacões que começou em 1995 (e deve durar 25-40 anos) de acordo com a Dra Kathryn Sullivan diretora da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration).

A perspectiva indica que de 13 a 20 tempestades serão nomeadas, das quais de 7 a 11 tornar-se-ão furacões para que finalmente de 3 a 6 serão grandes furacões (categoria 3 ou superior). (A climatologia média de 1981-2010 indica que em 30 anos foram 12,1 tempestades nomeadas, 6,4 furacões e 2,7 grandes furacões).

 

Melhoria esperadas nas previsões

 

Como parte do lançamento do prognóstico da temporada, Sullivan da NOAA destacou que haverá inovações nas tecnologias de previsão da Agência com importante melhora das previsões, sobretudo, quando as tempestades já tiverem em processo de formação. Entre essas inovações referiu-se às atualizações em seus supercomputadores que rodam modelos de furacão, assim como, na observação de dados avançados. A “menina dos olhos” é um radar Doppler a bordo de uma aeronave que sobrevoa o furacão e assim alimenta os modelos de previsão em tempo real oferecendo maiores subsídios para previsões de curto prazo.

“Os dados emitidos a partir da leitura dos instrumentos a bordo da aeronave poderão melhorar as previsões em até 15 por cento”, disse Sullivan.  Louis Uccellini, diretor do Serviço Nacional de Meteorologia, observou que esses dados devem fazer melhorias notáveis ​​em previsões de intensidade, que historicamente foram menos precisas do que as previsões de localização.