Um ciclone subtropical se formou neste domingo (27) sobre o Oceano Atlântico, em alto mar, na altura do litoral do Rio Grande do Sul. A Marinha do Brasil classificou o centro de baixa pressão que atua a uma maior distância da costa como uma depressão subtropical. É o primeiro estágio de um ciclone subtropical, quando o vento médio sustentado fica entre 30 km/h e 63 km/h. Se o vento médio sustentado superar os 60 km/h, a baixa pressão passa ao estágio de tempestade subtropical e recebe um nome. A primeira informação de que o sistema se transformou em um ciclone subtropical veio com a carta sinótica da Marinha da manhã deste domingo.

De acordo com comunicado da Marinha divulgado no final da tarde deste domingo, o centro de baixa pressão que se encontrava sobre a área Sul oceânica, em alto mar, a 470 milhas náuticas do litoral de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, sem previsão de impacto sobre a região costeira, foi reclassificado como depressão subtropical na manhã de hoje. Conforme o comunicado, foram constatados ventos à superfície em torno de 30 nós (56 km/h) por meio de observações por satélite.

O aviso da Marinha destaca que “persistem as condições atmosféricas que possibilitam a intensificação do ciclone, que poderá ser classificado como tempestade subtropical nas próximas horas. De acordo com as Normas da Autoridade Marítima para Meteorologia Marítima (NORMAM-19), para que haja a classificação do ciclone como tempestade subtropical e a sua nomeação, os ventos deverão ser iguais ou superiores a 34 nós ou 63 km/h”.

Conforme a Marinha, a atuação do sistema poderá causar ventos ciclônicos sustentados sobre o mar, de até 47 nós (aproximadamente 88 km/h) com rajadas e ondas de até 4,5 metros, na área Sul oceânica até a noite do dia 28 de dezembro.

Impactos do ciclone subtropical

A MetSul reforça a informação de que não são esperados impactos relevantes no continente deste ciclone, uma vez que a sua atuação se dá em alto mar e a uma grande distância da costa e com tendência de se afastar ainda mais da área continente nos próximos dias. O risco maior existe para embarcações em alto mar e que podem enfrentar condições de tempestade com chuva forte e muito vento.

Apesar de não serem esperados impactos relevantes no continente, o tempo deve ficar por vezes ventoso com rajadas no Leste gaúcho. Isso porque o campo de vento de ciclones subtropicais é muito mais amplo que de ciclones tropicais.

O último ciclone subtropical registrado na costa Brasileira foi Mani, no final do mês de outubro, nos litorais do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Foi o segundo ciclone do tipo subtropical na costa do Brasil neste ano. Se este terceiro se formar no mar, na altura do litoral do Rio Grande do Sul, o que é possível diante o vento já próximo do patamar para esta classificação, receberá o nome Oquira. A Marinha do Brasil possui uma lista de nomes previamente estabelecida com nomes indígenas para designar os ciclones anômalos, subtropicais ou tropicais, no litoral brasileiro.