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Um ciclone subtropical está em formação neste domingo (25) na costa do Sudeste do Brasil e pode se transformar uma tempestade subtropical que, uma vez configurada, receberia o nome de Mani pela Marinha do Brasil. Este sistema trará vento forte em áreas costeiras e chuva excessiva em pontos da Região Sudeste.

A última tempestade subtropical no Atlântico Sul foi na Kurumí, que atuou entre os dias 23 e  25 de janeiro deste ano, e se formou na mesma região em que agora pode surgiria a tempestade Mani. Normalmente, estes sistemas considerados anômalos ou atípicos se formam nos meses de verão e do outono, quando as águas do Atlântico estão mais aquecidas, logo uma tempestade subtropical ainda no mês de outubro fugiria ao que normalmente é observado.

Ciclones podem ser extratropicais (centro de baixa pressão com perfil frio), subtropical (centro da baixa pressão com características extratropicais e tropicais), e tropicais (centro de baixa pressão com perfil quente). Os sistemas mais intensos costumam ser os tropicais, quando atingem o status de furacão, e os extratropicais que experimentam uma intensificação muito rápida (ciclogênese explosiva).


Diferentemente dos furacões em que o campo de vento é mais concentrado e se dá na parede do olho e ao redor, nos ciclones subtropicais – assim como nos ciclones extratropicais – o campo de vento é mais extenso e capaz de atingir áreas mais distantes do centro da área de baixa pressão.

É importante enfatizar que este sistema na costa do Sudeste do Brasil não se trata de um novo ciclone bomba que se caracteriza por muito rápida intensificação (queda da pressão central de ao menos 24 hPa em 24 horas).

O que os modelos indicam é um ciclone de características subtropicais, e áreas de baixa pressão são por natureza ciclônicas, e que não chegaria a se muito profunda com nenhum dado indicando pressão mínima central abaixo de 1.000 hPa.

Mesmo não se esperando uma maior intensificação deste sistema e o seu afastamento do continente no decorrer da semana, este tipo de ciclone exige sempre muita atenção porque trajetória e intensidade em ciclones subtropicais e, principalmente, tropicais podem mudar muito em questão de horas, dependendo do ambiente oceânico (temperatura do mar) e divergência de vento (shear) na atmosfera.

Este sistema de baixa pressão deve trazer muita chuva neste começo de semana em diversos pontos de Minas Gerais, especialmente o Sul e o Leste do Estado, além do risco alto de temporais com pancadas localmente torrenciais com altos volumes em curtos períodos, e ainda o risco de granizo e vento forte isolado.

O estado mais atingido, entretanto, deve ser o Espírito Santo com chuva volumosa e que pode exceder 100 mm em diversos municípios. Por efeito de orografia (relevo), algumas áreas podem ter até 150 mm a 200 mm. Com isso, alerta-se para o risco de inundações relâmpago e a possibilidade de deslizamentos de terra em áreas de encostas. Pode ainda ventar com rajadas de 60 km/h a 80 km/h, especialmente em áreas costeiras.

A MetSul Meteorologia destaca que o Norte do estado do Rio de Janeiro e também o Sul da Bahia devem sentir os efeitos deste sistema agora no começo da semana na forma de chuva e vento moderado com ocasionais rajadas.

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