A área de baixa pressão responsável pela chuva de hoje no Rio Grande do Sul vai estar nesta terça sobre o Oceano Atlântico, a Leste e Sudeste do Rio Grande do Sul, onde vai dar origem a um ciclone extratropical à medida que se distancia do continente. Por isso, o impacto deste ciclone – um fenômeno comum e recorrente no Atlântico Sul – será pequeno no território gaúcho.
A influência da área de baixa pressão trouxe chuva volumosa em várias cidades do Oeste e do Sul gaúcho entre domingo e hoje. Assim como era previsto pela MetSul, os maiores acumulados se deram no Oeste do estado, com acumulados de precipitação que chegaram a ficar entre 100 mm e 150 mm em alguns pontos.
As estações automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia registraram na soma de domingo e hoje até às 18h volumes de 121 mm em Uruguaiana, 55 mm em Quaraí e em Alegrete, 53 mm em Santiago e em Jaguarão, 51 mm em São Borja, 41 mm em São Vicente do Sul, Livramento e em São Gabriel, e 40 mm em Bagé.
A rede do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden), por sua vez, indicou no mesmo período volumes de 138 mm em Uruguaiana, 131 mm em Itaqui, 88 mm em Alegrete, 61 mm em São Borja, e 53 mm em Rosário do Sul e em Pelotas. Em Paso de Los Libres, fronteira com Uruguaiana, o Serviço Meteorológico Nacional da Argentina (SMN) registrou em 48 horas até 9h de segunda chuva de 131 mm, sendo 129 mm apenas em 24 horas.
O ciclone intensificará o vento entre esta terça e a quarta no Sul e no Leste do Rio Grande do Sul, mas não devem ser esperadas rajadas intensas e não se trata de uma condição que gere preocupação.
Na faixa costeira gaúcha, as rajadas de vento tendem a ficar, em média, entre 40 km/h e 60 km/h. No Litoral Sul, entre o Chuí e Rio Grande, podem ocorrer rajadas mais fortes da ordem de 60 km/h a 70 km/h. O vento aumenta também no Sul catarinense, na costa, sem previsão de intensa ventania.
Os mapas acima com as projeções de vento do modelo do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF) mostram como o campo de vento intenso do ciclone vai ficar sobre o mar e não atingirá o continente, justamente porque o sistema vai se intensificar muito quando já estiver distante da costa.
A MetSul Meteorologia reitera que o grande impacto deste ciclone em alto mar virá com a frente fria associada ao sistema e que vai levar chuva e temporais, alguns fortes a intensos com vendavais e danos, em pontos do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil que enfrentam temperatura muito alta, especialmente entre quarta e quinta.
O risco de tempestades severas isoladas será especialmente alto no Centro-Oeste do Brasil e no interior de São Paulo, onde a atmosfera está por demais aquecida com uma sequência de mais de uma semana de dias com máximas acima de 40ºC em algumas localidades.