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O ciclone que impactou vários estados brasileiros entre quarta (12) e quinta (13), com vítimas e estragos, já cruzou quase todo o Oceano Atlântico e está perto de atingir áreas oceânicas ao Sul da África do Sul, no limite entre os oceanos Atlântico e Índico.

ZOOM EARTH

A imagem de satélite da manhã de hoje mostra que o ciclone extratropical que se originou a partir de uma ciclogênese sobre terra, entre o Nordeste da Argentina e o Oeste do Rio Grande do Sul, já percorreu quase seis mil quilômetros desde o seu ponto de origem e está agora sobre mar aberto a Sudeste da África do Sul.

O ciclone trouxe vento com força de furacão no Rio Grande do Sul e Catarina com rajadas de vento medidas por estações meteorológicas que ficaram perto ou passaram dos 150 km/h. Houve graves estragos, cidades decretaram emergência ou calamidade, e no pico da falta de energia na quinta mais de três milhões de pessoas estavam sem luz em estados do Sul do Brasil.

No Rio Grande do Sul, conforme levantamento da MetSul Meteorologia a partir de diferentes redes de estações de monitoramento, as rajadas atingiram 151 km/h em São Francisco de Paula, 148,1 km/h em Cambará do Sul, 146,3 km/h em Rio Grande, 133,0 km/h em Imbé (Ceclimar), 104,4 km/h em Cachoeira do Sul e 100,4 km/h em Canguçu.

Em Santa Catarina, segundo a rede da Epagri, o vento chegou a 157 km/h em Siderópolis, 147 km/h no alto do Morro da Igreja (Bom Jardim da Serra), 115 km/h em Rancho Queimado, 113 km/h em Urupema (Morro de Urupema), 107 km/h em Laguna e 100 km/h em Itapoá.

Oito pessoas morreram pelo ciclone (4 no Rio Grande do Sul, 1 em Santa Catarina e 2 em São Paulo), mais de uma centenas de cidades tiveram danos entre pequenos e severos, e no pico da falta de energia entre três e quatro milhões de pessoas estavam sem luz no Sul do Brasil na quinta-feira, 13 de julho.

FSU

O mapa com a projeção do modelo norte-americano GFS indica que o ciclone seguirá se deslocando para Leste e Sudeste com tendência de chegar muito ao Sul da África do Sul neste começo de semana a ponto de ingressar sobre águas entre o extremo Oeste do Oceano Índico e o Oceano Antártico, trocando de bacia (oceano).

Não é incomum que ciclones percorram longas distâncias no Atlântico Sul e alcancem áreas perto da África, especialmente em se tratando de ciclones mais intensos no outono, inverno e primavera, época de mais ciclones intensos no Atlântico Sul.

A MetSul já viu casos de ciclones extratropicais que se formaram no Atlântico junto ao litoral da Argentina chegarem em latitudes mais a Oeste do Oceano Índico, ou seja, trocando de oceano, como deve ocorrer agora. A diferença é que este teve origem mais ao Norte, na área continental e sobre o Brasil.