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Um ciclone extatropical será o fenômeno mais importante a atuar no Brasil a partir de amanhã. Saiba o que esperar da chuva e do vento associados ao centro de baixa pressão atmosférica.

O que é um ciclone extratropical?

Um ciclone extratropical é um centro de baixa pressão atmosférica onde o vento circula no sentido do ponteiro do relógio no hemisfério Sul. Os ciclones extratropicais são gerados pelo  grande contraste térmico.

Uma grande área com pressão baixa favorece a elevação do ar formando nuvens de grande desenvolvimento vertical com potencial para chuva volumosa e vento forte com rajadas acima de 100 km/h no seu centro

Os ciclones fazem parte da climatologia do Rio Grande do Sul, ou seja, são fenômenos corriqueiros que podem ocorrer em qualquer época do ano, contudo, é nessa época que eles são mais freqüentes.

O que determinará a magnitude de seus impactos é a proximidade do continente e o quanto a pressão irá baixar em seu centro. Um dos critérios para definir o fenômeno como ciclone é a pressão em seu centro baixar de 1005 hPa, quando baixa de 1000 hPa é considerado mais intenso e de maior risco.

Quando o ciclone chega ao Estado?

 Na noite de quinta-feira o centro de baixa pressão atmosférica estará próximo a Costa na altura do litoral Norte de Santa Catarina com 1013 hPa de pressão em seu centro.  Na madrugada de sexta ele avança na direção do Nordeste gaúcho se aprofundando com pressão em seu que chega a 1003 hPa. Entre a tarde e a noite da sexta o ciclone começa a se afastar do continente em direção ao alto mar.

Quais áreas mais afetadas?

Modelos atmosféricos são unânimes ao indicar que a área de maior risco será o Sul de Santa Catarina, especialmente entre o Planalto sul catarinense e o litoral Sul. E o Nordeste gaúcho entre os Campos de cima da serra e Litoral Norte. Em menor escala, mas também muito preocupante a região metropolitana de Porto Alegre, sobretudo, entre o vale do Sinos e Paranhana.

Qual período mais Crítico?

 Na medida em que o ciclone se aproxima do continente e a pressão cai em seu centro o potencial de risco aumenta muito. Nesse sentido da tarde para a  noite de quinta  até o começo da tarde de sexta-feira. Nesse período ao redor de 24 horas é que se espera a chuva e o vento mais forte.

Como será a chuva?

A chuva começou na terça em algumas cidades da faixa Norte, de divisa com Santa Catarina. E nesta quarta a chuva avançou para o Centro se espalhando pela Grande Porto Alegre.

Portanto até a instabilidade atingir seu pico, a tendência é de seguir chovendo e posteriormente ao período mais crítico também tem chuva, porém com menor intensidade. Portanto, a primeira informação da chuva é que serão muitas horas de instabilidade com impacto importante na umidade do solo.

A segunda informação é o pico de intensidade que irá ocorrer da tarde de quinta até a tarde de sexta.

Por fim os volumes poderão ser excessivos ao redor de 200 a 300 mm, com alguns pontos de até 400 mm, no qual grande parte desse acumulado irá ocorrer de quinta para a sexta.

Os acumulados extremos deverão se concentrar na divisa de Santa Catarina com  o Rio Grande do Sul nas áreas de serra e Litoral. Por outro lado, a chuva irá abranger grande parte do Centro e Leste de Santa Catarina, bem como, a Metade Norte do Rio Grande do Sul. Nessas áreas também há risco de chuva forte, embora com volumes menores mas ainda assim que poderão somar ao redor de 100 mm no período.

Quais potenciais impactos?

Com tanta chuva em pouco tempo há risco de alagamentos em áreas urbanas. Enchentes e inundações repentinas poderão ocorrer nas áreas que terão os maiores volumes de chuva. O solo encharcado eleva o risco de deslizamentos de terra e escorregamentos.

O vento moderada a forte com o solo encharcado muitas vezes é suficiente para derrubar árvores, pois deixa as raízes mais expostas. O vento forte pode impactar estruturas, ter impacto em postes de energia elétrica e provocar queda de árvores.

Como será o vento?

A área de maior risco de vento está muito ligada a posição exata do ciclone em relação ao continente. Apesar da unanimidade em relação a chuva, com relação ao vento os modelos atmosféricos divergem um pouco.

De uma forma geral as rajadas de vento deverão oscilar entre 80 e 100 km/h. No Leste da Grande Porto Alegre a tendência é de rajadas ao reder de 60 a 80 km/h. Já entre Torres, Passos de Torres até Garopaba as rajadas irão oscilar ao redor de 90 a 100 km/h. Em alguns pontos isolados poderá passar de 100 km/h.

Nesse ínterim o vento mais forte, ao redor de 100 km/h poderá atingir também pontos de maior altitude nas serras gaúcha e catarinense.

No mar qual impacto esperado?

 Na medida em que o ciclone se afasta na direção do alto mar poderá gerar agitação marítima e ressaca na Costa do Sul e em parte do Sudeste. As ondas poderão alcançar 4 metros entre o Litoral sul de Santa Catarina e Litoral Norte Gaúcho a partir da sexta e em parte do fim de semana. No Sudeste o fim de semana tem maior potencial de mar agitado com ondas em torno de 2 metros.

Trata-se de um ciclone bomba?

A definição de ciclone bomba é que a pressão atmosférica caia muita rapidamente numa taxa de 1hPa por hora, ou seja, uma queda de 24hPa em 24 horas. Isso não irá ocorrer. Portanto, NÃO é ciclone bomba.