A MetSul Meteorologia alerta para um novo episódio de chuva volumosa e excessiva no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A chuva volta com força ao Sul do Brasil e virá com elevados volumes que, em algumas localidades, podem atingir ou superar as médias de precipitação históricas do mês de outubro.
Áreas de instabilidade já trazem chuva muito isolada da tarde para a noite neste domingo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mas ainda não chove na maioria das localidades gaúchas e catarinenses. A instabilidade maior nos dois estados vai se dar amanhã e na terça-feira.
A segunda e a terça terão chuva generalizada nos dois estados. As precipitações serão fortes a localmente torrenciais em diversas cidades. Os acumulados em alguns pontos podem superar os 50 mm em poucas horas, aumentando o risco de alagamentos e de inundações repentinas.
A chuva, inicialmente, será consequência de profundo centro de baixa pressão térmico entre o Norte da Argentina, na região de Salta e Jujuy, e o Paraguai. Na sequência, frente fria associada a um ciclone distante no Atlântico Sul vai reforçar a instabilidade no Sul do Brasil.
Na capital gaúcha e na Grande Porto Alegre, a instabilidade maior ocorre nesta segunda e na terça depois de um domingo ensolarado. A chuva será fraca a moderada, mas com risco de pancadas de chuva por vezes fortes. São esperados intervalos de melhoria com abafamento entre as pancadas, especialmente nesta segunda.
A chuva virá com muitos raios em algumas regiões e risco de temporais isolados, seja de vento forte ou granizo, mas o risco maior é de granizo. Instabilidade mais intensa com maior número de raios é projetada nesta segunda para o Oeste e o Noroeste gaúcho enquanto na terça se projeta muitos raios no Oeste do Rio Grande do Sul, no Oeste de Santa Catarina e no Paraná.
Volumes de chuva previstos
Volumes muito altos de chuva são esperados em diversas regiões do Sul do Brasil entre esta segunda e a terça, notadamente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Devem ser esperados marcas acima de 100 m em vários municípios, mas com acumulados até de 150 mm a 200 mm, e isoladamente superiores, especialmente em pontos do estado gaúcho.
O mapa abaixo mostra a projeção de chuva para 72 horas do modelo WRF da MetSul, inicializado com o modelo europeu, até 21h de terça-feira. Observa-se a tendência de a chuva superar 100 mm em uma extensa faixa entre a Metade Norte gaúcha e o Meio-Oeste e o Nordeste catarinense.
Cenário semelhante é projetado pelo modelo alemão Icon, que igualmente sinaliza a probabilidade de chuva acima de 100 mm em grande número de cidades, mas com índices de precipitação que poderão superar 150 mm ou até 200 mm em pontos mais ao Norte do Rio Grande do Sul.
De acordo com os dados, os maiores volumes de chuva se concentrariam nas regiões de Tupanciretã, Cruz Alta, Soledade, Passo Fundo, Carazinho, Erechim, Concórdia e Joaçaba, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Cidades mais ao Sul e ao Leste gaúcho teriam acumulados de precipitação muito menores.
Impactos da chuva
A MetSul adverte que os volumes de chuva excessivos, de 100 mm a 200 mm em várias cidades, podem trazer alagamentos, inundações repentinas, subida de arroios e córregos, e cheias de rios. Áreas de relevo ainda podem ter deslizamentos de terra e quedas de barreiras, afetando rodovias.
No Rio Grande do Sul, dois rios em particular causam preocupação. Voltará a chover forte na bacia do Rio Uruguai, que enfrenta cheia. Não se espera, entretanto, grande repique de cheia do Uruguai. Por outro lado, os acumulados de precipitação podem ser muito altos nas cabeceiras do Rio Jacuí, que desemboca no Guaíba vários dias depois.
Em Santa Catarina, uma vez que a chuva mais intensa tende a se concentrar mais sobre o Meio-Oeste, o Rio de Peixe é o de maior risco. Ocorre que os rios seguem muito altos no Nordeste catarinense, na bacia do Rio Itajaí-Açu. Assim, mesmo que chova menos que em cidades mais a Oeste da bacia, o quadro exige atenção.
Como consultar os mapas
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