O primeiro dia do outono é de chuva intensa em parte do estado do Rio de Janeiro e com transtornos, tal qual era alertado há dias pela MetSul Meteorologia. Volumes altíssimos de precipitação foram registrados nas últimas horas em alguns municípios do estado fluminense, em especial da Costa Verde e da Região Serrana. Petrópolis, arrasada pela chuva no último mês, volta a ser uma das cidades mais atingidas pela chuva intensa.

Petrópolis tem vários trechos com alagamentos nas vias por causa da chuva que começou a cair na cidade no início da tarde. Em menos de uma hora a precipitação somou 85 mm.

A Defesa Civil do município já acionou duas vezes as sirenes em áreas de risco da cidade. O toque das sirenes é para mobilizar a população desses locais.

A secretaria de Defesa Civil recomenda à população que se desloque para lugares seguros, como um dos 19 pontos de apoio, espalhados pelo município que são alternativas para quem precisar sair de casa. Todo o efetivo está empenhado para o atendimento de possíveis ocorrências.

Por causa da inundação, o tráfego na Rua Coronel Veiga foi bloqueado no trecho entre as Duas Pontes e Ponte Fones. As equipes da Defesa Civil foram para a região para fazer o fechamento da via e reforçar a orientação aos motoristas e pedestres para que evitem o trecho. A Rua do Imperador, no Centro de Petrópolis, e a Rua Teresa, onde está a principal área de comércio da cidade, foram completamente inundadas.

Volumes de chuva

Os acumulados de precipitação em Petrópolis e outras cidades do estado do Rio são extremamente altos. Os volumes observados em Petrópolis até 17h foram de 216 mm na estação São Sebastião – Geo; 194 mm na estação de Dr. Thouzet – Geo; e 107 mm em Independência – 2 e Bingen – Geo. Os dados são do Centro Nacional de Prevenção de Desastres (Cemaden).

Conforme medições do Cemaden, a chuva foi muito volumosa não apenas na Serra, mas também no litoral com os maiores acumulados na Costa Verde. Os dados indicavam registros pluviométricos até 17h deste domingo de até 201 mm em Angra dos Reis e 108 mm em Paraty.

Causa da chuva

A chuva excessiva na Região Serrana do Rio de Janeiro e na Costa Verde decorre da chegada de uma frente fria ao Sudeste do Brasil. Soma-se neste começo de semana o avanço de uma massa de ar frio de trajetória marítima que traz umidade do mar para o continente, encontrando a barreira do relevo da Serra do Mar e favorecendo chuva orográfica.

Chuva orográfica é precipitação induzida pelo relevo. Umidade que vem do oceano, trazida por vento do quadrante Leste ou Sul, em razão de uma massa de ar frio de trajetória oceânica e que atua na costa do Sul do Brasil, ao encontrar a barreira do relevo da Serra, ascende na atmosfera e encontra temperatura mais baixa.

Isso leva à condensação e à ocorrência de chuva induzida pelo relevo. Episódios de chuva orográfica são de alto risco porque costumam trazer acumulados de precipitação muito altos e que não raro até acabam superando as projeções dos modelos numéricos.

Alerta de mais chuva

A MetSul Meteorologia alerta que o risco de chuva muito volumosa a excessiva persiste no estado do Rio de Janeiro no restante deste domingo e durante a segunda-feira. Cresce a preocupação com a possibilidade de chuva intensa a localmente extrema com maior aporte de umidade do oceano pelo ar frio e o perigo de chuva volumosa alcança a cidade do Rio de Janeiro, para onde vários dados de modelos indicam precipitações com altos acumulados.

Risco de transtornos

Diante deste cenário de chuva localmente volumosa, a MetSul Meteorologia reforça a advertência de alta probabilidade de transtornos e riscos para a população. Há potencial para alagamentos e inundações em áreas urbanas e rurais com subida de rios e arroios. É alto ainda o risco de deslizamentos de terra e de queda de barreiras, de forma que populações em áreas de risco de devem estar muito atentas ante a elevada probabilidade de escorregamento de encostas. Algumas rodovias podem ter queda de barreiras com obstrução total ou parcial, não se descartando alagamento de pista em alguns pontos.