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Cinco mortos e número indeterminado de desaparecidos (noticiário informa entre dois e quatro) é o saldo trágico de chuva que atingiu as Serras (Sierra Chica) da província argentina de Córdoba. É pior desastre na região em 23 anos, desde o aluvião e enxurrada do Arroio Noguinet que causou a morte de 42 pessoas em 6 de janeiro de 1992 na localidade de San Carlos Minas. Houve registro de chuva intensa ainda na cidade de Córdoba com acumulado de 116 mm no aeroporto, o que deixou centenas de pessoas desabrigadas. Além do saldo de vítimas, houve graves danos em estradas e residências na província. Nas localidades mais afetadas caíram entre 200 mm e 260 mm em poucas horas, mas com registros em alguns pontos de até 320 mm. Três pessoas morreram junto às localidade de Rio Ceballos e Colonia Hogar, onde a corrente de água e lama arrastou um veículo. O governador De la Sota comparou o evento a um “tsunami do céu”.  Jun José Filardo, geólogo em Rio Ceballlos, que faz o controle de volumes de chuva dos últimos 70 anos na cidade, assegurou que jamais houve evento com tal magnitude.



Não havia alerta do Serviço Meteorológico Nacional da Argentina. E dificilmente haveria. São eventos excepcionais de caráter isolado e que os modelos, em regra, não antecipam. Um sistema de onda curta movia lentamente pela região e ao interagir com o ar muito quente e úmido trouxe nuvens muito carregadas com chuva intensa. O efeito orográfico do relevo regional foi um agravante na Sierra Chica, onde os volumes ficaram entre 200 mm e 300 mm. Tipo de episódio como o ocorrido há alguns anos aqui no Rio Grande do Sul em São Lourenço do Sul, onde não choveu no centro da cidade, contudo precipitação absurdamente isolada e extrema no interior do município gerou torrente de lama e água que veio com mortes e destruição.  

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