Há quase duas semanas o Estado enfrenta uma sequência de dias abafados e úmidos. A umidade relativa do ar não baixou de 68% ontem à tarde no Jardim Botânico, em Porto Alegre. No local, a umidade média às 15h nos últimos 10 dias foi de 62%, quando nesta época, normalmente, está na casa de 40% à tarde. E este período muito úmido não se dá à toa. Os mapas abaixo mostram os índices de água precipitável ou umidade (em verde) no planeta e na América do Sul. Como é normal, é abundante na faixa equatorial e na região tropical durante o verão. Destaca-se, porém, a grande presença de umidade mais ao Sul, na faixa subtropical, onde está o Rio Grande do Sul. Estamos sob aporte de umidade diretamente da Amazônia, favorecendo estes dias abafados e com freqüentes pancadas de chuva, em alguns casos até intensas e com temporais.

E, tal como era reiteradamente alertado pela MetSul desde o começo da semana, a quarta-feira começou com mais chuva intensa aqui no Rio Grande do Sul. O avanço de ar mais seco e frio de Sul sobre a atmosfera quente e carregada de umidade favoreceu a formação de nuvens carregadas na madrugada de hoje no Oeste do Estado. Uruguaiana teve 99,4 mm em apenas três horas, sendo 27,8 mm entre 1h e 2h da manhã e impressionantes 61,8 mm entre 2h e 3h. Foi um dos valores mais altos de chuva em apenas uma hora já registrados por estações automáticas do Inmet no Rio Grande do Sul desde o início das operações há seis anos. Voltou a chover forte em Uruguaiana de manhã e o total acumulado apenas entre 2h da madrugada e meio-dia chegou a 155,4 mm. Em Quaraí, até o final da manhã, a precipitação somava 71,4 mm. Em Bagé, choveu 51,6 mm até o meio-dia. A MetSul mantém o alerta de chuva forte a torrencial em pontos isolados da tarde para a noite de hoje, com risco de temporais isolados de vento e granizo, à medida que a instabilidade se desloca pelo Estado. Amanhã, segue o risco de chuva forte, sobretudo nas Metades Norte e Leste do território gaúcho.