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Episódios de chuva extrema têm afetado várias partes do mundo nos últimos dias com centenas de mortos, milhares de desabrigados e um rastro de destruição urbana e rural, em meio a alertas crescentes sobre o agravamento da crise climática.

Chuva extrema deixa dezenas de mortos no Paquistão | AMIR QURESHI/AFP/METSUL

No Paquistão, ao menos 54 pessoas morreram apenas nas últimas 24 horas devido a deslizamentos, inundações repentinas e desabamentos, elevando o número total de mortos desde o fim de junho para cerca de 180.

As chuvas castigam o país desde o início da temporada de monções, com destaque para a província de Punjab, onde casas ruíram e cidades inteiras registraram alagamentos que obrigaram a evacuação de centenas de famílias.

Equipes de resgate usaram barcos para retirar moradores ilhados em vilarejos, principalmente em áreas próximas ao rio Nullah Lai, que atravessa a cidade de Rawalpindi, vizinha à capital Islamabad.

A Autoridade Nacional de Gestão de Desastres emitiu alerta pedindo que moradores em zonas vulneráveis preparem kits de emergência com alimentos, água e medicamentos para pelo menos cinco dias.

Com a previsão de continuidade das chuvas, o governo de Rawalpindi decretou feriado local nesta quinta-feira para manter a população em casa e reduzir a exposição aos riscos.

Além dos alagamentos e desabamentos, dezenas de mortes ocorreram por eletrocussão, o que é comum em áreas com infraestrutura elétrica precária submetidas a inundações prolongadas.

Desde o início da monção em 26 de junho, cerca de 70 crianças estão entre os mortos, segundo o último balanço da autoridade de desastres do país, que monitora a evolução do evento.

Enquanto isso, na Coreia do Sul, chuvas torrenciais atingiram a província de Chungcheong do Sul, onde três pessoas morreram e mais de mil foram evacuadas diante da ameaça de novas enchentes.

Em Seosan, os pluviômetros registraram 114,9 milímetros em apenas uma hora, o maior volume já medido no país em uma hora desde o início dos registros meteorológicos oficiais, iniciados em 1904.

O volume total de chuva em Seosan na manhã de quinta-feira já alcançava 440 milímetros, o equivalente a mais de um terço da média anual da região, conforme dados da agência nacional.

Chuva atinge marcas recordes na Coreia do Sul | YONHAP/AFP/METUL

Em Hongseong, autoridades emitiram ordens de evacuação imediata após o transbordamento de um riacho, que alagou ruas e obrigou o fechamento de escolas e creches em vários bairros.

Imagens divulgadas pela imprensa local mostraram carros submersos, mercados invadidos pela água e moradores limpando lama espessa de estabelecimentos comerciais e garagens residenciais.

Uma parede de contenção com 10 metros de altura desabou sobre uma via movimentada em Osan, enquanto em Seul, lojas e casas foram inundadas por enxurradas que varreram eletrodomésticos e móveis.

O governo sul-coreano atribuiu a instabilidade a uma corrente de ar quente e úmido vinda do Pacífico Norte, que gerou forte instabilidade atmosférica e intensificou a precipitação.

Especialistas lembram que em 2022 o país já havia enfrentado uma tragédia semelhante, com inundações que mataram 11 pessoas, incluindo três que morreram em um porão como no filme “Parasita”.

No México, uma tempestade destrutiva atingiu a cidade de Zapopan, parte da zona metropolitana de Guadalajara, na noite de terça-feira, deixando uma bebê morta e dezenas de casas inundadas.

A tormenta causou o desabamento de uma bodega, onde duas crianças ficaram feridas; uma delas, de apenas três meses, não resistiu aos ferimentos, segundo confirmou o corpo de bombeiros.

As chuvas arrastaram carros, móveis e lixo, e cobriram ruas com lama. Ao menos 144 residências e 30 veículos sofreram danos consideráveis, de acordo com o último levantamento das autoridades locais.

Chuva extrema em curto intervalo causou destruição e deixou vitimas na região da cidade mexicana de Guadalajara | ULISES RUIZ/AFP/METSUL

Zapopan é uma das sedes da Copa do Mundo de 2026, o que intensificou a atenção à situação e mobilizou equipes estaduais para avaliação dos danos e prestação de socorro.

Nos Estados Unidos, fortes tempestades atingiram o Nordeste e o Meio-Atlântico na segunda-feira, com Nova Jersey registrando o maior número de ocorrências e ao menos duas mortes confirmadas.

Em Plainfield, um carro foi arrastado por um córrego transbordado durante o pico da tempestade, matando dois ocupantes. Diversas áreas urbanas foram completamente alagadas em poucas horas.

Nova York registrou sua segunda hora mais chuvosa da história, com 52 milímetros acumulados em apenas 60 minutos, além de um novo recorde de chuva diária para o mês de julho.

Imagens das enchentes mostram passageiros presos dentro de vagões do metrô com a água invadindo as plataformas e interrompendo a circulação de trens em várias linhas da cidade.

Chuva causou inundações repentinas no estado norte-americano de Nova Jersey (foto) e na cidade de Nova York | LOKMAN VURAL ELIBOL/ANADOLU/AFP/METSUL

Nova Jersey declarou estado de emergência. Em partes do estado e da Pensilvânia, foram registrados mais de 150 milímetros de chuva em menos de 24 horas, com múltiplos resgates aquáticos.

Na Virgínia, uma emergência por inundação repentina foi emitida em Colonial Heights e Petersburg, onde vários centímetros de chuva caíram entre domingo e a madrugada de quinta-feira.

Equipes de resgate realizaram salvamentos em edifícios residenciais alagados e ruas completamente submersas. Muitas dessas áreas já haviam sido atingidas por enchentes no início da semana.

Dias atrás, episódio de chuva extrema no Centro do Texas deixou 130 mortos e ainda há 160 desaparecidos no evento de inundação repentina não tropical mais grave nos Estados Unidos desde 1976.

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