A MetSul Meteorologia alerta que estes últimos dias de janeiro serão de chuva excessiva e com volumes localmente extremos em parte dos estados do Paraná e de São Paulo, o que deve trazer situação de perigo em áreas de risco e vai acarretar vários transtornos para a população de diversas cidades, incluindo as capitais paranaense e paulista.

O mapa acima mostra a projeção de chuva para sete dias do modelo meteorológico alemão Icon, disponível ao assinante na seção de mapas, em que se observa a tendência de chover muito no período no extremo Nordeste de Santa Catarina, parte do Paraná e de São Paulo, e ainda em várias regiões do estado do Mato Grosso do Sul.

A frente fria que avança neste momento pelo Rio Grande do Sul, rompendo o bloqueio atmosférico e encerrando um período de quinze dias seguidos de máximas acima de 40ºC no estado, traz chuva muito irregular no território gaúcho com elevados volumes em pontos localizados, como se viu ontem em Porto Alegre, e nada de água em várias cidades da Metade Oeste, o que era previsto.

Ao chegar no Paraná, entretanto, o sistema frontal deve ganhar muita atividade e provocará chuva com volumes muito altos. Da tarde para a noite desta quinta-feira já ocorrem pancadas em diversas cidades paranaenses e que em alguns locais serão torrenciais e com risco de alagamentos, sendo prováveis ainda tempestades localizadas com vento forte e/ou granizo.

Só que é apenas o começo. A frente vai ficar semi-estacionária entre o Paraná, o Mato Grosso do Sul e São Paulo, organizando um robusto canal de umidade. Com isso, o Paraná vai registrar vários dias seguidos de forte instabilidade que vão resultar em elevados volumes de chuva e acumulados extremos em diferentes cidades.

As áreas do território paranaense que devem ter os mais altos acumulados de chuva são o Norte, o Nordeste e o Leste do Estado, o que inclui Curitiba e sua região metropolitana, Matinhos, Guaratuba, Paranaguá, Santo Antônio da Platina, Londrina, Maringá, Apucarana e Arapongas, dentre outros municípios próximos. Os volumes, em geral, devem ficar entre 100 mm e 200 mm, mas pontos alguns pontos podem receber chuva tão extrema quanto 200 mm a 300 mm.

Curitiba começa hoje um período de instabilidade hoje que deve durar até o começo da semana que vem, período que será marcado por chuva frequente e em alguns momentos moderada a forte com risco de pancadas torrenciais. O mesmo cenário se esboça para o litoral do Paraná e mesmo para o extremo Nordeste catarinense.

A chuva será muito volumosa nos próximos dias também em parte do estado de São Paulo com elevados acumulados em pontos do Oeste, do Sul e do Leste paulista. No Sul, no Vale do Ribeira, em especial, a chuva pode ser extrema. Cidades como a capital paulista e dárea metropolitana, Cananéia, Registro, Jacupiranga, Itapeva, Ourinhos, Assis, Presidente Prudente, Marília e Bauru, dentre outras, podem anotar volumes muito altos a excessivos de chuva.

Assim como Curitiba, a cidade de São Paulo deve ter vários dias seguidos de instabilidade com chuva bastante frequente e que será moderada a forte em vários momentos e localmente torrencial em alguns períodos. A instabilidade ganha força na capital paulista principalmente neste fim de semana e na segunda-feira.

A frente semi-estacionária e com um canal de umidade organizado por vários dias na mesma região determinará os índices pluviométricos significativamente altos. Ante os volumes que estão sendo projetados é possível se antecipar o alto risco de alagamentos em áreas urbanas e rurais, inundações em alguns locais, subida de rios e córregos e, o que mais preocupa, a possibilidade de deslizamentos em áreas de risco de encostas.

Alguns dos episódios de chuva mais intensa vão acompanhar temporais que despejarão grande quantidade de água em curto período, o que agrava o risco de alagamentos e inundações repentinas. Zonas de cachoeiras e outras áreas de rápida inundação, como campings, devem ser terminantemente evitadas neste período pelo risco de cabeças d´água e súbita inundação. Isoladamente, nuvens carregadas podem trazer tempestades de vento e/ou granizo, risco que se estende no período também a diversas regiões do estado do Mato Grosso do Sul.