Raios devem acompanhar a chuva com o ingresso de ar mais quente no Rio Grande do Sul neste fim de semana. Sensação será de abafamento em muitas cidades tanto no sábado como no domingo. | FABIAN RIBEIRO

A MetSul Meteorologia adverte que a chuva vai passar de 100 mm em Porto Alegre e de 300 mm em pontos do interior do estado na soma dos volumes diários desde que começou a chover no Rio Grande do Sul no primeiro dia deste mês até o começo da semana.

Isso significa que grande parte do estado terá só na primeira semana de maio acumulados de chuva que superarão a média histórica mensal inteira com algumas localidades atingindo até o dobro da média climatológica ainda no começo do mês. Porto Alegre, por exemplo, tem média em maio de 112,8 mm.

Os acumulados de precipitação até agora já são muito altos e isoladamente excessivos e ainda vai se somar a chuva prevista para este fim de semana e que tende a ser volumosa em diversas regiões.

Grande número de municípios já soma mais de 100 mm e alguns até ultrapassavam hoje os 200 mm desde o começo da semana. Com a instabilidade que se prognostica para este sábado e o domingo, os acumulados vão ficar acima de 200 mm em muito mais cidades e vão passar de 300 mm em algumas.

Os volumes em 96 horas até o fim da tarde de hoje pela rede do Instituto Nacional de Meteorologia atingiam 169 mm em São Luiz Gonzaga, 168 mm em Soledade, 148 mm em Caçapava do Sul, 129 mm em Ibirubá, 124 mm em Encruzilhada do Sul, 115 mm em Serafina Corrêa e 106 mm em Teutônia.

Já na rede do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres, no mesmo período, 156 mm em Ijuí, 141 mm em Rosário do Sul, 133 mm em Caçapava do Sul, 128 mm em Venâncio Aires, 120 mm em Cachoeira do Sul, 116 mm em Lajeado, 114 mm em Teutônia, 110 mm em Fontoura Xavier 108 mm em Canguçu, 106 mm em São Sebastião do Caí e 102 mm em Pedro Osório e Estrela.

Em medições da Agência Nacional de Águas, os acumulados até o fim da tarde de hoje eram de 226 mm em Ijuí, 158 mm em Roque Gonzales, 149 mm em Guaporé, 148 mm em Veranópolis, 144 mm em Cerro Largo, 135 mm em Tupanciretã e 134 mm em Não-Me-Toque.

Em Porto Alegre, a chuva entre a terça, quando a começou a chover na capital gaúcha, e 18h desta sexta, somava 73 mm na zona Norte, 66 mm na zona Sul, 53 mm na zona Leste e 49 mm no Centro. Somente em 24 horas choveu mais de 40 mm na zona Norte da capital.

O ingresso de ar muito quente no Norte gaúcho e o avanço sobre a atmosfera mais amena ao Sul configura uma frente quente sobre o Rio Grande do Sul neste sábado. Por isso, as nuvens diminuem e o sol aparece com temperatura mais alta e abafamento em diferentes pontos da Metade Norte e em locais mais ao Norte gaúcho sequer chove.

Por outro lado, a instabilidade se reforça em pontos do Oeste, do Centro e do Sul gaúcho com abundante nebulosidade, chuva e raios com pancadas localmente fortes e altos volumes em curto período. Nestas áreas, com tempo mais instável, a temperatura sobe menos.

No domingo, o sistema frontal deixa de ser quente e passa a ser impulsionado por ar frio, assim configurando uma frente fria que traz chuva cedo no Oeste, parte do Centro e do Sul do estado. Nas demais áreas do estado, o sol chega a aparecer com nuvens com chuva isolada e o dia terá alta temperatura e muito abafamento.

No decorrer do dia, a frente se desloca e traz chuva para todas as regiões, especialmente da tarde para a noite, com pancadas localmente fortes e elevados volumes. Ao encontrar o ar mais quente, a frente forma nuvens de tempestade com risco de temporais, alguns fortes, em que podem ocorrer vendavais isolados.

Volumes muito altos de chuva são esperados ainda neste fim de semana no Rio Grande do Sul, neste sábado pela frente quente com ingresso de ar quente e no domingo pela frente fria. Há potencial para mais 100 mm a 200 mm em algumas cidades, especialmente do Oeste, Centro e o Sul.

Segue o alerta da MetSul de risco de transtornos e problemas em consequência da chuva. Volumes tão altos, como já caíram e ainda vão cair, inevitavelmente devem trazer transtornos para algumas cidades. Há muito elevado o risco de alagamentos em áreas urbanas e rurais, além de inundações com possibilidade de transbordamento de arroios e córregos. A MetSul enfatiza ainda o risco de cheias de rios, mesmo que o estado venha de um processo de estiagem por vai chover muito.

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