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O vento do quadrante Sul e a chuva volumosa em Porto Alegre elevaram acentuadamente o nível do Guaíba entre ontem e hoje. Após ter chegado a 1,96 metro no fim de semana, depois do pico de 2,46 metros do dia 7 de setembro, o Guaíba subiu muito com a chegada da chuva e principalmente com o ingresso do vento Sul.

A curva de descida começou a se inverter por volta das 23h da segunda-feira, quando Porto Alegre foi atingida por um vendaval com rajadas de até 80 km/h na aproximação da frente fria. As intensas rajadas de vento Sul elevaram o Guaíba rapidamente em aproximadamente 10 centímetros.

Ao longo da terça-feira, com o persistente vento Sul, o nível do Guaíba continuou subindo ao longo do dia e terminou o dia em 2,15 metro na medição da régua instalada no Cais Mauá, junto ao Centro da capital.

Hoje, com a chuva volumosa e o vento Sul apresentando rajadas em alguns momentos, o nível se elevou ainda mais acentuada e chegou a bater em 2.42 metros na medição realizada no fim da manhã. Na sequência, o Guaíba apresentou oscilações constantes de altas e baixas, mas sempre se mantendo em nível alto e ao redor de 2,40 metros.

Na medição do começo da noite desta sexta, com a chuva seguindo e o vento soprando de Sul com rajadas devido à formação do ciclone na costa, o nível no Cais Mauá era de 2,40 metros na leitura das 20h, a última disponível. Choveu mais de 100 mm entre ontem e hoje em alguns bairros da cidade, conforme dados de estações.

Imagens do fotógrafo Fernando Oliveira ilustram como o nível das águas subiu na nova orla, junto ao Centro. Nas fotos, que mostram o restaurante panorâmico da orla, é possível comparar a área sob condições normais e como estava no dia de hoje.

Orla do Guaíba antes da cheia | FERNANDO OLIVEIRA

Orla do Guaíba hoje com cheia de 2,40 metros | FERNANDO OLIVEIRA

A Prefeitura de Porto Alegre preparou três abrigos temporários com capacidade total para 150 pessoas. Até o fim da tarde desta quarta-feira, 48 indígenas estavam acolhidos no Extremo-Sul e duas famílias (três adultos e duas crianças) foram levadas para a estrutura na Ponta Grossa. Os locais permanecerão abertos 24 horas por dia até que as famílias atendidas possam voltar para casa.

A Defesa Civil atendeu 28 ocorrências nesta quarta-feira. Os chamados foram registrados nos bairros São José, Jardim Carvalho, Restinga, Morro Santana, Lomba do Pinheiro, Partenon, Rubem Berta, Ponta Grossa e Lami.

A EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) registrou nove pontos de bloqueio total nas ruas e avenidas de Porto Alegre e atendeu ocorrências por semáforos fora de operação, poste e fios caídos e árvores sobre a via.

Quatro arroios apresentaram pontos de transbordamento. Três deles são localizados na Zona Sul: Cavalhada, Capivara e Guarujá. O quarto é o arroio Passo das Pedras, na Zona Norte. Segundo o Dmae, a situação é decorrente do represamento do Guaíba. O nível do Arroio Dilúvio estava muito alto.

Estão fechadas as Unidades de Saúde Ilha da Pintada, Laranjeiras, Ilha do Pavão, Lami e Belém Novo devido a alagamentos e inundações. Outras oito unidades têm restrição no atendimento: Morro da Cruz, Milta Rodrigues, Glória, Chapéu do Sol, Ipanema, Paulo Viaro, Ponta Grossa e Nova Gleba.

Seis escolas da rede municipal interromperam as suas atividades nesta quarta-feira: EMEI Pica-Pau (Centro Histórico); EMEF Prof. Larry José Ribeiro (Restinga); EMEI Ponta Grossa (Zona Sul); Escola Comunitária Anjo das Flores (Arquipélago); Escola Comunitária Abrace (Arquipélago); e Escola Comunitária Nossa Senhora Aparecida (Ipanema). As demais instituições de ensino funcionam normalmente.