O nível do Rio dos Sinos na régua da CORSAN em Campo Bom estava em 7,83 metros às 7h de hoje, valor 10 cm menor que o registrado no mesmo horário ontem com queda de 6 cm nas últimas 12 horas. A marca de 7,83 metros, contudo, significa que o Sinos em Campo Bom ainda está acima da cota de 7,80 metros atingida na cheia do mês de maio de 2008, logo o rio ainda continua nos maiores níveis desde a enchente desastrosas de agosto de 1965. Ainda hoje e amanhã o quadro segue crítico na bacia dos Sinos, na Grande Porto Alegre, já que mesmo com tendência de baixa entre Campo Bom e São Leopoldo, o nível segue bastante alto. Existem mais de 17 mil afetados pela enchente no Rio Grande do Sul, conforme o último balanço divugado pela Defesa Civil Estadual, sendo mais de 8 mil pessoas fora de casa apenas na cidade de São Leopoldo. Extensas áreas do Vale do Sinos estão debaixo d’água. O jornalista Rodrigo Giacomet, da emisssora parceira da MetSul Rádio ABC do Grupo Sinos, ontem sobrevoou o vale e fez uma série de fotos aéreas da inundação que você confere na galeria abaixo.

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Hoje, a baixa do Sinos se acelera no decorrer do dia em Campo Bom e Novo Hamburgo, mas, como destacado, o rio continua em valores críticos. O Sinos baixou para 6,10 metros na leitura das 8h da manhã de hoje na régua da SEMAM (Secretaria do Meio-Ambiente) em São Leopoldo, 10 cm abaixo do pico da cheia de 6,20 metros, alcançado ontem à tarde e à noite. Seguirá baixando durante o dia, mas lentamente. Já em Sapucaia e Esteio a cheia do Sinos tem o seu pico entre hoje e amanhã. A cheia do Rio dos Sinos alagou na madrugada de hoje a pista lateral em ambos sentidos da BR-116 entre Sapucaia e Esteio.


Área de empresa Transpaulo, na cidade de Canoas, está completamente cercada de água pela cheia na região – Ike Rubim


Subida do Rio dos Sinos provocou alagamentos na pista lateral da BR-116 em Esteio no começo desta quinta – Daniel Oroczco

Na cidade de Canoas, o Sinos ainda sobe com a chegada da maior vazão da região do vale e o pico da cheia no município ocorre entre amanhã e sábado, quando a situação deve se deteriorar ainda mais na cidade. Imagem de satélite em alta resolução confirma o que as réguas no rio mostram. A cheia do Sinos nesta semana registra apresenta proporções históricas.


Não só o Sinos enfrenta cheia. O Gravataí estava mais de dois metros acima do seu nível normal, provocando alagamentos na cidade. Com a elevação do Guaíba e o escoamento das águas do Banhado Grande, a cheia se agravou em Gravataí. O pico da cheia em Gravataí e Cachoeirinha ocorre agora e a tendência é que o quadro melhore gradualmente nos próximos dias. Sobrevoando a região, na aproximação da pista 29 do Salgado Filho, o piloto de Boeing-737 colaborador da MetSul Cristiano Aita Noro, registrou ontem ao entardecer os alagamentos ao redor de Porto Alegre trazidos pela chuva e as cheias dos rios.


O nível do Guaíba no cais de Porto Alegre estava em 2,21 metros na manhã de hoje, valor abaixo dos 2,28 metros alcançados ontem que provavelmente foi o pico da cheia. A cheia no Jacuí não foi muito grave, o que colaborou para que a situação no Guaíba não fosse pior. Mesmo assim, cerca de 145 pessoas tiveram que sair de suas casas nas ilhas das Flores, Pintada e Pavão. Ruas das ilhas da Capital foram invadidas pelas águas e em alguns locais somente é possível se locomover de barco.


Ilhas de Porto Alegre seguem tomadas pelas águas devido à cheia do Lago Guaíba e no Delta do Jacuí – Rose Furlan

A tendência é de gradual redução do nível do Lago Guaíba à medida que diminui e cessa a maior vazão do Jacuí e do Taquari, mas o nível seguirá alto por conta da chegada da grande vazão dos rios Caí, Sinos e Gravataí. O sol predomina hoje e amanhã nas áreas atingidas e esquenta com marcas agradáveis, apesar do frio à noite. (Colaborou no material Alexandre Aguiar)