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O nível do Rio Jacuí segue extremamente alto entre o Centro do Rio Grande do Sul e o Delta, na região de Porto Alegre, com o avanço das águas pelas vazão da chuva excessiva na bacia entre terça e quinta-feira, quando as precipitações em apenas dois dias atingiram até 200 mm em pontos do Centro gaúcho.

Enchente grande atinge a cidade de Rio Pardo | PEDRO FERREIRA/PREFEITURA DE RIO PARDO

Como consequência da cheia do Jacuí, a cidade de Rio Pardo enfrenta enchente que alaga muitas áreas ribeirinhas. Produtores da Coparroz, a cooperativa do município, relataram à MetSul Meteorologia diversas áreas tomadas pela águas da cheia em suas propriedades. O município ontem decretou situação de emergência por conta das inundações.

O decreto da Prefeitura Municipal de Rio Pardo considera que entre os dias 1º e 15 de setembro choveu 339 mm na cidade, o que a Defesa Civil local descrevey como “uma das maiores chuvas dos últimos 40 anos no município”.

A situação se agravou ainda mais com a subida maior do nível do Rio Jacuí, o que levou mais moradores de Rio Pardo a deixarem suas casas. São 76 pessoas desabrigadas e desalojadas na cidade, dez removidas para o ginásio local.

O nível do Jacuí passou dos 17 metros na régua da jusante da Barragem do Anel de Dom Marco, mais de sete metros acima do nível normal, em cota que poucas vezes se observa, indicando uma cheia de grande proporção do Jacuí.

Os pontos mais críticos em Rio Pardo são os arredores da Avenida Perimetral, Travessa do Camargo e Rua São Benedito. O balneário Ingazeiros e seus restaurantes está alagado. A ponte velha de Rio Pardo foi interditada para a passagem de pedrestes por razões de segurança.

Mais de 70 pessoas estão fora de casa em Rio Pardo | PEDRO FERREIRA/PREFEITURA DE RIO PARDO

Águas avançaram sobre áreas ribeirinhas | PEDRO FERREIRA/PREFEITURA DE RIO PARDO

Balneário foi inundado com a enchente | SP PRODUTORA/PREFEITURA DE RIO PARDO

Dados deste sábado indicam que o nível do Rio Jacuí segue subindo em Rio Pardo. As medições indicaram uma elevação do rio no vale de 80 centímetros ao meio-dia deste sábado na comparação com o mesmo horário de ontem.

A situação é delicada também em Cachoeira do Sul, onde o Jacuí ainda sobe, mas com ritmo muito menor. A cheia é descrita como a quarta maior da história da cidade. A Defesa Civil de Cachoeira do Sul presta atendimento às pessoas que não aceitaram deixar suas residências, no Passo do Seringa. Usando quatro botes cedidos pelo Exército, a equipe faz varredura ao ser informada que há pessoas em residências em áreas alagadas.

A ponte do Fandango segue neste sábado com passagem por apenas uma pista no sistema pare e siga em Cachoeira do Sul. As balsas da Rua Morom, São Lourenço e Pertile seguem paradas em decorrência da interrupção de estradas de acesso por inundações. Já a Barragem do Capané estabilizou em 8,5 metros e segue na condição de alerta.

Cheia do Rio Jacuí vista do espaço

A cheia do Jacuí é de grandes proporçõe, seja pelos dados de superfície como de sensoreamento remoto. Imagens de satélite da manhã deste sábado em alta resolução do satélite Terra da NASa, a agência especial norte-americana, mostravam o Jacuí extremamente cheia da área ao Sul de Dona Francisca, no Centro do estado, até o delta em Porto Alegre.

Cheia do Jacuí nas imagem de satélite da manhã deste sábado | NASA

A imagem mostra que a cheia é muito grande ainda mais ao Centro do estado, o que explica o nível do Jacuí ainda estar se elevando em Rio Pardo. Há muita água aind por percorrer a bacia do Centro gaúcho até o delta na área de Porto Alegre.

Cheia do Jacuí mantém o nível do Guaíba muito alto

Mesmo após o vento Sul ter cessado, o Guaíba segue com o nível muito alto. Com o vento não mais contribuindo para represamento do Guaíba no Norte da Lagoa dos Patos, o nível no Cais Mauá se encontra estabilizado ao redor de 2,50 metros, com pequenas oscilações, desde ontem.

O motivo para a a cheia do Guaíba persistir mesmo com vento Norte, que facilita o escoamento para a Lagoa dos Patos, é a grande vazão do Jacuí, que é o principal contribuinte. O segundo maior contribuinte, o Taquari, não passa por cheia maior. Sinos, Caí e Gravataí, os contribuintes menores, enfrentam cheia.

Na manhã de quinta, o Guaíba atingiu o terceiro maior nível oficialmente medido desde a grande enchente de 1941 com 2,70 metros no Cais Mauá. Cota só superada pelos 3,13 metros de 1967 e os 2,97 metros de 2015. Com o Guaíba ainda em 2,50 metros, as ilhas seguem alagadas e a cheia longe do fim em Porto Alegre com muita água ainda por chehar do Jacuí e perspectiva de mais chuva na semana que vem.