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FÁBIO RODRIGUES POZZENOM/AGÊNCIA BRASIL/EBC/ARQUIVO

O Cerrado teve o pior mês de junho de queimadas dos últimos treze anos, de acordo com um levantamento da MetSul Meteorologia com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Os números mostram que desde 2010 não havia tantos focos de calor no bioma no sexto mês do ano.

Conforme a estatística oficial do Inpe, o mês de junho no Cerrado terminou com 4,472 focos de calor identificados por satélite, número acima da média histórica mensal 1998-2020 de 3.779. Na última vez em que junho teve tantas queimadas no Cerrado, em 2010, foram 6.443 focos. No ano passado, em junho, o bioma teve 4.239 focos de calor.

O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, estendendo-se por uma área de 2.045.064 quilômetros quadrados, abrangendo oito estados do Brasil Central: Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí e o Distrito Federal.

O bioma abriga 10.400 espécies de plantas, das quais 50 são endêmicas, ou seja, só ocorrem nesta região.  A fauna também apresenta uma importante diversidade, incluindo 180 espécies de répteis, 113 espécies de anfíbios, 837 de pássaros e 195 espécies de mamíferos.

A região é estratégica para o abastecimento de energia elétrica do país, sendo denominada de maneira informal de “a caixa d´água do Brasil”. O Cerrado fornece águas para algumas das maiores bacias hidrográficas da América do Sul: São Francisco, Tocantins-Araguaia e Paraná.

“O Cerrado é o bioma mais ameaçado do Brasil e talvez um dos mais ameaçados do mundo”, disse Yuri Salmona, geógrafo e diretor executivo do Instituto Cerrados, em entrevista para a BBC Brasil no ano passado. Segundo ele, “a Mata Atlântica esteve sob grande risco, mas nas últimas décadas foi alvo de fortes esforços de conservação, ao contrário da área de savana”.

Na última semana, a MetSul noticiou que a Amazônia registrou o junho com mais queimadas dos últimos 16 anos, apontam os dados de monitoramento por satélite. Os números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais acusaram um número de focos de calor elevado que não se registrava desde 2007.

Conforme os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o número de focos de calor na Amazônia em junho foi de 3.075, inferior ao do Cerrado. A última vez em que tantos focos foram anotados em junho foi em 2007, quando o mês terminou com 3.519.

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