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Chuva castiga Florianópolis com alagamentos e inundações | GMF

A MetSul Meteorologia adverte que o risco de chuva forte a intensa não apenas prossegue no Leste e no Nordeste de Santa Catarina como se estende também ao litoral do estado do Paraná e pontos do Sul e do Leste do território de São Paulo.

Está em andamento um episódio de chuva orográfica com acumulados que precipitação que são extremamente altos desde o começo desta quinta-feira entre a Grande Florianópolis e o Litoral Norte de Santa Catarina.

De acordo com dados de estações meteorológicas da Epagri-Ciram, os acumulados de chuva até o começo da noite desta quinta-feira (20h) chegaram a 308 mm em Tijucas, 284 mm em Florianópolis (Santo Antônio de Lisboa), 138 mm em São José, 131 mm em Balneário Camboriú e 103 mm em São João Batista.

Segue chovendo nesta noite de quinta e ainda durante a sexta-feira na Grande Florianópolis e no Nordeste de Santa Catarina, em particularmente na costa, com períodos de precipitações moderadas a fortes com pancadas localmente torrenciais.

Com isso, a tendência é de agravamento da situação já muito complicada e crítica, adverte a MetSul Meteorologia. Aos volumes já excessivos se soma mais horas de precipitação por momentos fortes a intensas.

Com a manutenção da instabilidade e com o que já choveu, é crítico o risco de mais alagamentos, deslizamentos de terra e quedas de barreiras, especialmente na Grande Florianópolis e no Litoral Norte de Santa Catarina.

Além disso, a circulação marítima favorece a formação de nuvens carregadas que podem provocar chuva forte a intensa com temporais isolados no Leste catarinense da tarde para a noite.

O cenário de preocupação não se limita a Santa Catarina. Os dados dos modelos indicam que a chuva pode ser volumosa e localmente excessiva ainda no Leste do Paraná, mais na costa, e ainda no Sul e no Leste do estado de São Paulo, em particular no Litoral Sul e no Vale do Ribeira.

Os mapas a seguir mostram as projeções de chuva acumulada para 72 horas até às 9h de domingo pelos dados do modelo WRF inicializados com os modelos norte-americano e europeu, ambos disponíveis ao assinante (assine aqui) na seção de mapas.

METSUL

METSUL

A quantidade de chuva que cai no Leste catarinense somente se explica por efeito de orografia, ou seja, pelo fluxo de umidade que vem do mar. Os mapas dos modelos mostravam hoje correntes de vento associados a um centro de alta pressão no Oceano Atlântico com abundante águas precipitável avançando do mar para o continente rumo ao Leste do Sul do Brasil.

A chuva orográfica é a precipitação induzida pelo relevo. Umidade que vem do oceano, trazida por vento, ao encontrar a barreira do relevo da Serra do Mar, ascende na atmosfera e encontra temperatura mais baixa com camadas mais frias. Isso leva à condensação e à ocorrência de chuva induzida pelo relevo.

Em um exemplo bem didático. O que acontece se você chega na frente de um espelho e soltar ar da sua boca? O espelho que tem uma superfície mais fria vai ficar embaçado (úmido) e molhado. Com a chuva orográfica ocorre o mesmo.

O ar mais úmido e quente (analogia com ar que sai da boca) encontra um obstáculo físico que é o relevo (como o espelho) e ao chegar nesta barreira que são os morros sobe na atmosfera e encontra temperatura mais baixa, condensando-se o vapor de água e formando chuva.

O vento soprando do mar para o continente, carregado de umidade e com a temperatura do Atlântico acima da média, acabou por favorecer a chuva orográfica com volumes localmente muito altos de precipitação.

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