O excesso de chuva é uma possível causa dos tremores de terra em Caxias do Sul na madrugada desta segunda-feira e que assustaram a população. Moradores dos bairros Madureira, Universitário, Jardim América e Pio X, dentre outros, foram acordados na madrugada de hoje pelos abalos acompanhados, segundo depoimentos, por um “estouro”. Muita gente assustada com os abalos foi para a rua no meio da noite.
De acordo com portal Leouve, o Corpo de Bombeiros recebeu inúmeros chamados entre 3h e 4h da manhã, mas nenhuma interdição foi necessária ou danos estruturais foram constatados, segundo a corporação.
O geólogo e ex-secretário do Meio Ambiente de Caxias do Sul, Nerio Susin, confirmou ao portal que se tratam de tremores de terra, mas garante que o fenômeno, com histórico de incidência no município, não tem potencial para causar danos estruturais.
“O histórico e a situação geológica em que nos encontramos não permitem que haja um tremor de terra de grande magnitude”, destacou. Susin explica que o movimento é natural, chamado tecnicamente de acomodação de camadas geológicas.
Nerio Susin afirmou que não se pode de imediato relacionar a chuva aos tremores. “Acredito que não temos elementos para colocar isso. Em outros momentos os tremores ocorreram em épocas de seca. São movimentos naturais, consequência de fenômenos internos da Terra que nada têm a ver com o que é feito aqui em cima”, diz. Explica que os tremores de terra em Caxias do Sul datam, pelo menos, da década de 1980.
Por outro lado, o geólogo da secretaria municipal do Meio Ambiente, Caio Torques, informou ao jornal Pioneiro que a chuva pode sim estar relacionada aos abalos. “Em princípio esses tremores, em períodos de grande precipitação, são relacionados à grande deslizamentos de terra ou acomodações de camadas do subsolo saturadas pela água”, observou.
“O subsolo naturalmente possui vazios que com o excesso de água se acomodam, causando esses tremores. Apesar do susto, não tem poder para causar danos em construções sólidas”, enfatizou.
AGORA | Tremor de terra que atingiu bairros de Caxias do Sul na madrugada não foi um terremoto convencional. Trata-se de acomodação do solo pelo excesso de chuva. Quando chove demais, tais abalos de baixa magnitude ocorrem na Serra. Houve dois episódios em 2023. 📷 Redes sociais pic.twitter.com/KC1VeQKofL
— MetSul #AjudaRS (@metsul) May 13, 2024
Os acumulados de chuva na região de Caxias do Sul entre sexta e ontem ficaram entre 200 mm e 250 mm na maioria das áreas. Em Gramado, houve forte ondulação do terreno com escorregamento de encostas no bairro Piratini, o que já havia sido visto nos eventos de chuva extrema do ano passado.
O risco geológico é extremo na região. Nova rachaduras foram detectadas ao longo da BR-116, no trecho entre Galópolis e Vila Cristina, em Caxias do Sul, aumentando as preocupações em relação à segurança da rodovia. A área de Galópolis continua sob monitoramento constante por parte dos geólogos, que estão atentos a qualquer sinal de instabilidade. Ontem, deslizamento em Caxias do Sul provocou uma morte.
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