O caso Edward Snowden (foto), o antigo funcionário da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) que denunciou um sistema em massa de espionagem do governo norte-americano dentro do próprio país e ao redor do mundo, instalando um escândalo com ramificações em vários países e continentes, a cada dia tem um capítulo surpreendente. Snowden primeiro apareceu em Hong Kong, onde concedeu entrevista exclusiva aos jornalistas do The Guardian que “estouraram” a notícia. 
A história de Edward Snowden é tão incrível ao longo das últimas semanas que até a Meteorologia passou a ser protagonista nesta quinta. No começo da tarde da quinta, o jornal norte-americano Washington Post observou em seu site que o voo 150 da empresa russa Aeroflot entre Moscou e Havana realizava um curso nada convencional, evitando o espaço aéreo dos Estados Unidos, e que o fato poderia sugerir que Snowden estava a bordo e tendo como destino Cuba. Escreveu o Post: “O avião não seguiu sua rota normal, que o leva para Noroeste sobre a Escandinávia, e depois Islândia e a Groenlândia, virando para Sul sobre o Canadá e os Estados Unidos. Apesar da curva nos mapas planos, é o caminho mais curto devido à curvatura da Terra. E o mais seguro, já que mantém o avião mais próximo de terra em caso de emergência. Ao invés de tomar a rota tradicional, o voo 150 seguiu para Oeste sobre a Europa Central, cruzando pela Bielorrússia, Polônia, Alemanha e depois pela França”.
Rota comum do voo 150 da companhia aérea Aeroflot entre os aeroportos de Moscou (Rússia) e Havana (Cuba)
Rota desta quinta-feira do voo 150 da Aeroflot entre os aeroportos de Moscou (Rússia) e Havana (Cuba)
A rota diferente nada tinha a ver com Edward Snowden. Logo depois, o Post publicou uma matéria esclarecendo que a mudança se devia a razoes meteorológicas e que outros aviões estavam adotando o mesmo curso. Disse o jornal: “Ocorre que vários voos transatlânticos hoje estão fazendo este curso atípico mais ao Sul, aparentemente por razões meteorológicas”.
Rota utilizada nesta quinta-feira por voo da empresa KLM semelhante ao empreendido pelo 150 da Aeroflot
Curso adotado nesta quinta-feira por voo da empresa Air France também semelhante ao da Aeroflot
E a razão meteorológica era turbulência sobre a Groenlândia devido ao vento de corrente de jato muito intensa sobre a região. A rota escolhida mais ao Sul oferece praticamente o mesmo tempo de voo que a tradicional sobre os Estados Unidos e o Canadá. Aliás, em 8 e 20 de junho aviões já tinham adotado o mesmo curso que causou surpresa aos jornalistas do Post.
Prognóstico de tempo significativo para o Atlântico Norte e indicativo de turbulência sobre a Groenlândia
Mesmo com esta rota mais ao Sul que o habitual escolhida, ainda assim a aeronave passaria por área controlada pelos Estados Unidos, uma vez que o país é responsável na aviação por grande parte do Oeste do Atlântico Norte. Para evitar a área sob jurisdição de controle de tráfego aéreo pelos Estados Unidos, a aeronave teria que tomar um curso muito mais ao Sul, rumando para o Sul até o Oeste do Saara (África) e depois para Oeste em direção ao Caribe e, finalmente, Cuba. Qual será o próximo capítulo da história de Edward Snownden. Impossível dizer agora, mas, por certo, não deverá ser sobre sol ou chuva.





