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O rápido enfraquecimento do ciclone na costa fez a Meteorologia da Marinha do Brasil (DHN) a rebaixar na madrugada desta quinta-feira o sistema do status de tempestade subtropical para depressão subtropical. Com isso, o ciclone deixa de se chamar Cari, já que depressões atmosféricas não são identificadas por nome. O centro do agora ex-Cari estava nesta madrugada nas coordenadas 31,5ºS e 44,9ºW, junto ao litoral Sul do Rio Grande do Sul, mas seguia se afastando rápido do continente. Ontem à tarde (imagem de satélite abaixo), o centro da então tempestade subtropical Cari estava nas coordenadas geográficas 39ºS e 47ºW com pressão mínima de 1000 hPa e vento médio de 75 km/h, mas rajadas de 95 km/h.


Não há mais situações de risco associadas a este sistema, exceto instabilidade localizada no Leste e Nordeste do Rio Grande do Sul e vento moderado na costa. Ainda pode ter chuva isolada no Leste e Nordeste do Estado pelo ar úmido que circula o ciclone, mas o pior da chuva já passou. E foi muita água. Com volumes em vários locais perto ou acima da média do mês em menos de três dias. Diversas cidades do Litoral Norte tiveram mais de 100 mm. Foram 158 mm em Caraá, 139 mm em Terra de Areia, 126 mm em Três Forquilhas, 124 mm em Riozinho, 112 mm em Itati e 90 mm em Morrinhos do Sul. Na terça, a chuva de 133 mm em poucas horas fez os rios do Sinos e Caraá saírem do leito em Caraá (fotos abaixo de Marines Collioni). Alguns trechos de rodovias da região foram destruídos pela água. Aulas e o funcionamento do serviço público tiveram de ser suspensos pelo mau tempo. Maquiné teve duas famílias ilhadas na zona rural, retiradas por bombeiros de Três Cachoeiras.


Em Santa Catarina, a chuva até o final da quarta-feira somou em 72h volumes de 183 mm em Florianópolis (Sul), 172 mm em Laguna, 141 mm em Criciúma e Tubarão, 133 mm em Urussanga, 128 mm em Garopaba e ainda 114 mm em Sombrio. O município de Criciúma (foto abaixo de Juliano Marcelino/Portal Engeplus) foi um dos mais castigados no Sul catarinense pela chuva do ciclone, registrando pontos de alagamentos, queda de árvores e água sobre rodovias. Dez famílias foram desalojadas em Criciúma. Mais de 30 famílias ficaram ilhadas em Forquilinha. Em Balneário Rincão, houve alagamentos de residências, o que se repetiu em Içara. Outros problemas foram verificados em Siderópolis, que teve deslizamento de terra e a queda de rochas na SC-445, na região de Vila São Jorge. Em Lauro Muller, cratera se abriu após rompimento de tubulação.


Cari chamou a atenção do mundo. “Rara tempestade subtropical na costa do Brasil”. Este era ontem destaque em conta de Twitter do NOAA, a agência de Meteorologia norte-americana O ciclone subtropical Cari passou, inclusive, a ser monitorado pela agência que emitiu dados de trajetória e intensidade do sistema pelo sistema ATCF. Cari ainda repercutiu nos principais sites mundiais de Meteorologia. Por ser uma situação meteorológica excepcional foi possível observar fatos que são incomuns na nossa rotina operacional, como verificar numa carta aeronáutica Sigmet o símbolo da convenção pra ciclone subtropical.


O sol aparece nesta quinta-feira em todo o Rio Grande do Sul, inclusive no Nordeste gaúcho que ainda vai sofrer efeito da circulação de umidade. Nuvens aparecem na Grande Porto Alegre, Serra e Litoral Norte, mas nestas áreas qualquer registro de chuva será muito mais localizado que nos últimos três dias. A manhã começa amena e pode ter nevoeiro isolado, porém aquece rápido com o ar seco que cobre a maior parte do Estado e faz um pouco de calor à tarde. O vento sopra fraco a moderado com ocasionais rajadas no Litoral Norte pela proximidade do ciclone e o mar pode ter ressaca. Já no fim de semana, o sol aparecerá com nuvens e esquenta, o que pode trazer chuva isolada típica de verão principalmente no domingo.