O fim de semana tem uma boa e uma má notícia sobre a chuva no Rio Grande do Sul. A boa é que vai chover e se espera chuva em todas as regiões do estado. A má é que, seguindo padrão comum em estiagens, as precipitações devem ser mal distribuídas e insuficientes na maioria dos locais para trazer um alívio relevante.
A instabilidade deve atingir o Rio Grande do Sul tanto no sábado quanto no domingo, mas não será generalizada. No sábado, por exemplo, a chuva deve atingir um número maior de regiões enquanto que no domingo deve chover mais na Metade Norte gaúcha.
O sol aparece com nuvens em todo o Rio Grande do Sul neste sábado, mas no decorrer do dia a nebulosidade aumenta. Chove já entre o meio e o final da manhã em pontos do Oeste e da fronteira com o Uruguai. Da tarde para a noite as pancadas atingem a maioria das demais áreas do estado.
A atmosfera vai estar muito aquecida com calor intenso em algumas áreas, o que eleva o risco de temporais isolados em que pode ter chuva forte, queda de granizo e rajadas de vento forte.
O calor será especialmente intenso nos vales, na Grande Porto Alegre, na Serra e no Litoral Norte, mas são esperadas máximas altas também do Noroeste ao Planalto Médio. Máximas de 36ºC a 38ºC podem ocorrer em pontos da área metropolitana e dos vales.
Já o domingo terá sol e nuvens em parte do Rio Grande do Sul enquanto em alguns locais o dia deve ter maior presença de nuvens com muitos períodos de céu nublado a encoberto. A chuva deve se concentrar mais na Metade Norte, onde pode chover forte em diferentes pontos, mas será isolada do Centro para o Sul gaúcho.
Já chove em alguns locais de manhã, mas com maior abrangência na Metade Norte da tarde para a noite. Mantém-se a possibilidade de temporais isolados de chuva forte, vento e queda de granizo.
A massa de ar quente permanece sobre o estado no domingo, de forma que não se pode falar em frente fria. O dia terá muito calor em cidades do Oeste, da Campanha e do Sul. Na Metade Norte, pela maior presença de nuvens e instabilidade, não aquece tanto quanto no sábado, mas o dia será muito abafado.
Volumes de chuva
A chuva deve alcançar todas as regiões do Rio Grande do Sul neste fim de semana, mas isso não significa que vai atingir todos os 497 municípios do estado e mesmo todos os pontos do território gaúcho. É provável que em diversos municípios chova pouco ou nada enquanto em alguns as precipitações podem ser volumosas e trazer alívio.
O mapa acima mostra a projeção de chuva para 72 horas do modelo WRF de alta resolução da MetSul até 21h do domingo. Observe como os volumes de chuva não tendem a ser altos, com exceção de pontos isolados, e que em muitos locais as precipitações devem ser nulas ou irrisórias.
Cenário semelhante, porém, não idêntico, é apontado pelo modelo alemão Icon. De acordo com esta projeção a chuva atinge todo o estado no fim de semana, mas com volumes baixos na grande maioria dos locais. Pontos mais ao Norte gaúcho receberiam os maiores volumes.
É importante pontuar que os modelos no verão têm dificuldade em antecipar volumes de chuva muito altos bastante isolados que ocorrem sob temporais em dias muito quentes, por isso é provável que em algumas localidades chova mais ou muito mais que o indicado pela modelagem numérica.
Risco de temporais
A combinação de umidade mais elevada com temperatura alta proporciona que as condições se tornem propícias para a ocorrência de temporais isolados de chuva torrencial com elevados volumes em curto intervalo, vento forte e granizo nesta época do ano.
Por isso, neste fim de semana não se pode afastar alguns temporais isolados no Rio Grande do Sul. A atmosfera vai estar muito quente com máximas elevadas, criando condições ideais para a formação de nuvens carregadas.
De acordo com os dados dos modelos, o domingo será em particular um dia de elevado risco de tempo severo no Sul do Brasil. Os índices de instabilidade, como o CAPE, projetados para o domingo são muito altos nos três estados do Sul e sugestivos de temporais mais fortes isolados.
Estes temporais se dão principalmente da tarde para a noite, quando se formam nuvens de grande desenvolvimento vertical pelo aquecimento diurno que gera movimentos convectivos (ar ascendente) na atmosfera.
A convecção forma nuvens do tipo Torre Cumulus (TCu) e Cumulonimbus (Cb) que causam os temporais localizados e não raro muitíssimo isolados. Localmente, alguns destes temporais podem ser fortes a severos mesmo com risco de danos.
Quanto mais quente e atmosfera e menor a pressão atmosférica, maior é o potencial para haja a formação de nuvens muito carregadas e mais alta a probabilidade de temporais localizados de maior severidade. O ar quente e a umidade são os combustíveis para tempo severo e dias de calor mais intenso apresentam maior probabilidade de tempestades se a atmosfera não estiver muito seca.
Como consultar os mapas
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