Pedro Nogueira/IPAM

A MetSul Meteorologia alerta que o calor atingirá níveis excepcionais e perigosos à vida em Cuiabá e outras áreas do Mato Grosso neste fim de semana e na segunda-feira. Na capital mato-grossense, as máximas deste sábado, do domingo e da segunda devem ficar entre 42ºC e 44ºC, superando os máximos históricos de calor registrados na cidade desde o começo das medições em 1911.

São marcas em níveis poucas vezes vistos em território brasileiro até hoje e que serão proporcionadas pelo reforço da grande massa de ar seco e quente que cobre o Brasil Central. O recorde de maior temperatura máxima no Brasil é de 44,7ºC em Bom Jesus, no Piauí, em 21 de novembro de 2005.

Risco extremo de fogo

Não bastasse o calor extremo, a cidade de Cuiabá terá que enfrentar índices de umidade relativa do ar excepcionalmente baixos e típicos de áreas desérticas. Com isso, o risco de incêndios estará em níveis absolutamente críticos, agravando o problema das queimadas que geram a fumaça que diariamente tem tomado conta da cidade. Qualquer foco de fogo pode rapidamente se alastrar e sair do controle, transformando-se em um grande incêndio. O risco de fogo é extremo neste fim de semana, aliás, em grande parte do Centro-Oeste, do Sudeste e em parte do Nordeste do Brasil.

A natureza da vegetação é distinta, mas o cenário meteorológico guarda semelhança com o estado norte-americano da Califórnia que nos últimos dias enfrentou onda de calor com marcas de 45ºC a 50ºC, o que desencadeou uma onda de incêndios sem precedentes.

Sequência abrasadora

O mês de setembro é normalmente muito quente em Cuiabá, mas neste ano está fazendo ainda mais calor. Desde que o mês começou a menor máxima na cidade foi de 37,2ºC no dia 1º, segundo dados da estação convencional do Instituto Nacional de Meteorologia. Nos primeiros onze dias do mês, sete tiveram máximas acima dos 40ºC, cinco acima de 41ºC e dois com máximas superiores a 42ºC. Na quinta-feira (10), Cuiabá teve o recorde absoluto de temperatura máxima com 42,6ºC, a maior máxima desde o começo das medições em 1911. O registro igualou o recorde anterior de 42,6ºC de setembro do ano passado.

1/9: 37,2°C

2/9: 37,4°C

3/9: 37,3°C

4/9: 40,1°C

5/9: 41,1°C

6/9: 40,0°C

7/9: 41,0°C

8/9: 38,6°C

9/9: 41,8°C

10/9: 42,6°C (recorde absoluto)

11/9: 42,4°C

Calor excepcional traz risco de vida

Calor em nível excepcional pode causar prejuízos à saúde e, em alguns casos, até levar à morte. Segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), o calor extremo causa mais mortes relacionadas ao clima no país do que qualquer outro evento meteorológico combinado.

O risco de emergências relacionadas ao calor é especialmente alto para idosos, animais de estimação e pessoas com doenças crônicas, mas a exposição ao tempo excessivamente quente de forma prolongada pode aumentar a temperatura de qualquer pessoa, levando à desidratação, exaustão pelo calor ou até mesmo insolação, que pode levar à insuficiência cerebral, cardíaca ou renal, e danos aos tecidos.

Sob calor extremo, em caso de necessidade de passar um tempo prolongado ao ar livre, o o ideal é o amanhecer e com a recomendação de muitas pausas, buscando uma área sombreada quando começar a se sentir superaquecido.

Como regra geral, deve ser evitado o consumo de cafeína e álcool em excesso, ambos diuréticos que desidratam ainda mais o corpo, e deve se buscar a hidratação periódica com muitos líquidos como água e sucos naturais.

O mais importante é procurar atendimento médico se estiver apresentando sintomas relacionados ao calor. Se começar a sentir náuseas, vertigens, confusão mental ou fraqueza, vá para dentro de casa imediatamente e hidrate-se. Busque um médico ou o serviço de emergência de saúde local imediatamente se os sintomas não desaparecerem depois que você voltar para dentro de casa ou se você tiver febre de 40°C ou mais depois de sair de casa.