A Patagônia é conhecida pelo frio intenso típico no inverno, mas pode ser muito quente em alguns dias no verão com máximas até mais altas que são registradas aqui no Rio Grande do Sul, a despeito das latitudes muito mais meridionais. A explicação passa pela secura da região. Na segunda-feira à tarde, o calor não apenas foi muito intenso como foi histórico. Estações do Serviço Nacional de Meteorologia da Argentina registraram máximas de 43,5ºC em San Antonio Oeste, 42,2ºC em Cipoletti, 41,5ºC em Neuquén, 41,2ºC em Viedma e Rio Colorado, 40,2ºC em Bahia Blanca, 39,5ºC em Trelew e 37ºC em Comodoro Rivadavia.

O mapa ao lado mostra as máximas da segunda na Argentina e se observa como o calor extremo afetou mais o Centro e o Norte patagônico. Em San Antonio Oeste, província de Rio Negro, a máxima de 43,5ºC foi a terceira maior desde o início dos registros em 1961, somente atrás dos 44,6ºC de 20/1/1980 (recorde) e dos 43,6ºC de 18/2/1987. Em Maquinchao, também em Rio Negro, cidade que não raro tem a menor temperatura da Argentina no inverno, a máxima da segunda-feira foi a segunda mais alta da história com 37,7ºC, somente atrás do recorde absoluto de 38,0ºC, anotado em 10/2/1944.

A corrente de jato (vento intenso em altitude) que costuma atuar sobre a região ondulou para Sul, permitindo o ingresso de correntes de vento de Norte com ar muito quente.Com o terreno seco e a baixa umidade, o calor extremo acabou favorecido.