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Califórnia, que tem a maior frota de automóveis dos Estados Unidos, enfrenta os combustíveis fosseis e quer todos os veículos novos circulando sem emissões de gases de efeito estufa com aposta em automóveis elétricos | GABRIEL BOUYS/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Os automóveis novos comercializados na Califórnia deverão ter “zero emissão” a partir de 2035, segundo um texto aprovado no estado que lidera os esforços para a transição energética nos Estados Unidos. A Califórnia possui uma enorme frota de veículos e tem na sua maior cidade, Los Angeles, imensas rodovias que estão permanentemente tomadas de automóveis.

“Acelerar rapidamente o número de veículos com emissões zero em nossas estradas e vias expressas reduzirá substancialmente as emissões e a poluição para todos os californianos, especialmente para aqueles que vivem perto das estradas e sofrem com a poluição constante do ar”, disse em um comunicado a presidente da Junta de Recursos Atmosféricos da Califórnia, Liane Randolph.

A medida foi comemorada por ambientalistas, que esperam que a mesma sirva de incentivo para outras regiões dos Estados Unidos adotarem rapidamente os veículos elétricos. As normas, anunciadas pela Junta estadual de Recursos Atmosféricos, exigem que um percentual cada vez maior de carros novos vendidos aos 40 milhões de habitantes da Califórnia não produzam contaminantes de canos de escapamento, até chegar à sua completa proibição em 13 anos.

“O prazo é ambicioso, mas alcançável: quando uma criança nascida este ano chegar à adolescência, apenas veículos com zero emissões e um número limitado de híbridos elétricos novos estarão à venda na Califórnia”, detalhou a Carb em nota.

A agência, que tem a tarefa de encontrar uma forma de implementar a determinação do governador Gavin Newsom para a transição do setor automobilístico no estado, disse que os benefícios ambientais e de saúde serão significativos. “Para 2037, as novas regras serão responsáveis por uma redução de 25% na poluição causada por smog de veículos leves”, acrescentou.

“Isso beneficia todos os californianos, mas especialmente as comunidades do estado mais prejudicadas ambiental e economicamente ao longo de rodovias e outras vias movimentadas”. “De 2026 a 2040, a regulação resultará em impactos acumulativos de saúde evitados (…), incluindo 1.290 menos mortes cardiopulmonares, 460 menos hospitalizações por doenças cardiovasculares ou respiratórias e 650 visitas a menos na sala de emergência por asma”.

A Califórnia é o maior mercado automobilístico dos Estados Unidos, que os fabricantes não podem se dar ao luxo de ignorar. É por isso que as normas implementadas na Califórnia impactam os planos de produção ao longo do país, assim como no exterior, o que dá ao estado grande influência ao estabelecer efetivamente os padrões nacionais.

A decisão segue uma lei climática assinada pelo presidente Joe Biden na semana passada, que dispõe de centenas de milhões de dólares em incentivos para programas de energia limpa. Biden e seu Partido Democrata se apressam, assim, em recuperar o terreno na política climática que consideram que se perdeu sob o governo de seu antecessor, Donald Trump, que tirou os Estados Unidos do Acordo de Paris e reverteu o que os ambientalistas qualificavam como um processo já frágil na redução de emissões de combustíveis fósseis, que impulsionam o aquecimento global.

Newson, uma referência dentro do Partido Democrata, que se diz que tem ambições presidenciais, comemorou a decisão. “Agora, a Califórnia tem um planejamento inovador, líder mundial, para reduzir as perigosas emissões de carbono e se afastar dos combustíveis fósseis”, disse o governador.

A redução no número de automóveis movidos a gasolina e diesel é equivalente a “915 milhões de barris de petróleo que não vão contaminar nossas comunidades”. “Com o histórico de 10 bilhões de dólares que estamos investindo em acelerar a transição (…), estamos tornando mais fácil e barato para todos os californianos comprar veículos elétricos”, afirmou.

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