Um incêndio gigantesco atinge áreas de vegetação na região de Chovoreca, no Norte do Paraguai e junto à fronteira com a Bolívia. A área queimada supera 100 mil hectares e o fogo é descrito pelos bombeiros como “incontrolável” tal a extensão da área queimando e as condições atmosféricas de vento, muito baixa umidade e calor extremo.
O incêndio no Cerro Chovoreca teria começado ainda na semana passada, segundo os moradores, e foi resultado de trabalhos de limpeza realizados na fazenda Clemencia S.A., que seria propriedade do brasileiro Tomás Reis, de acordo com a imprensa paraguaia.
Segundo os primeiros relatos, o incidente ocorreu em uma área protegida e habitat do povo indígena e florestal Totobiegosode (ainda não civilizado e, portanto, isolado da população). Para os moradores não há dúvida de que o incêndio foi intencional na propriedade do fazendeiro, onde foram queimadas as colleras (lenha seca), produtos do desmatamento.
Afirmam que o proprietário da fazenda foi avisado das consequências que a queimada poderia causar, considerando o clima seco e os ventos fortes que predominavam na área, mas os avisos foram ignorados.
Para combater os incêndios, também se juntaram à tarefa bombeiros florestais da Secretaria Nacional de Emergência (SEN) e dos Bombeiros Voluntários azul e amarelo, que já partiram para a zona do Parque Nacional Chovoreca.
Os grandes incêndios no Chaco ocorrem nas fazendas Campo Grande, Uruguai, Fazenda Nicanor e Chovoreca. Moradores da região descreveram o cenário de fogo como um “filme de terror” em entrevista ao jornal ABC Color de Assunção.
As imagens de satélite no fim de semana mostravam que a fumaça resultante do incêndio era muito densa e se estendia por centenas de quilômetros para o Sul com tendência de migrar para o Nordeste da Argentina e os estados do Sul do Brasil.
O impacto ambiental atinge a capital Assunção com a fumaça do incêndio no Chaco se somando a que chega da Bolívia e da Amazônia brasileira. De acordo com relatórios do IQAIR, a concentração de PM2,5 em Assunção é atualmente 13,6 vezes maior do que o valor da diretriz anual de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (OMS), o que representa um índice “prejudicial” para aqueles que estão expostos.
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