Bolivianos fazem correntes de oração nas ruas implorando por chuva em meio ao calor opressivo com densa fumaça que toma conta de várias áreas do país vizinho, em especial na região de Santa Cruz. Os números de queimadas no território boliviano são extraordinariamente altos.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Brasil, o número de focos de calor na Bolívia neste mês de setembro, somente nos primeiros 11 dias do mês, somo 19.353. O número supera e muito a média mensal histórica de setembro inteiro de 11.916.
No mês passado, a Bolívia registrou 25.913 focos de calor, três vezes acima da média de agosto de 8.360. Até 11 de setembro, as queimadas neste ano no país somam 62.951, quando a média histórica anual é 34.415. Esse será o pior ano de fogo na Bolívia junto com 2010, que anotou mais de 80 mil focos.
Diante do avanço quase imparável dos incêndios florestais, os moradores de Ascensión de Guarayos, no departamento de Santa Cruz, realizaram dias atrás uma procissão e imploraram de joelhos a Deus e à Virgem Maria para que uma chuva apagasse o fogo que está destruindo a vegetação florestal.
Os participantes oraram e cantaram com fé e devoção, com rostos preocupados, enquanto caminhavam pelas ruas da sua cidade.
A procissão começou cedo e durou várias horas. “Os incêndios afetam nossos campos, as nossas casas e a nossa vida cotidiana. Só a chuva pode ajudar a controlar a situação e evitar uma tragédia maior”, disse um dos membros da comunidade local, em entrevista a um canal de televisão.
“Estamos aqui para pedir com todas as nossas forças e fé um milagre. Sabemos que a situação é difícil, mas acreditamos que a nossa oração pode mover montanhas, ou neste caso, trazer a chuva que tanto necessitamos”, disse outro dos participantes do evento religioso.
Os paroquianos fizeram a viagem em meio à intensa fumaça proveniente dos incêndios florestais, registrados há mais de um mês nas localidades do entorno de Ascensión de Guarayos.
O padre Hugo Carrasco liderou a procissão e toda a cidade o acompanhou sob o preceito de que só a fé e a devoção libertarão sua cidade dos incêndios florestais. “Senhor, dá-nos chuva. Senhor, dê-nos muita chuva. Senhor, dá-nos muita chuva abençoada”, pediu o sacerdote, em meio às orações dos fiéis.
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