Fumaça cobre Santa Cruz de la Sierra | RODRIGO URZAGASTI/AFP/METSUL METEOROLOGIA
A Bolívia teve na quinta-feira um dia de fogo. A quantidade de queimadas no país foi impressionante no que pode ser descrito com segurança como um dos piores dias de fogo já observados até hoje no país vizinho. Foram mais de três mil queimadas em apenas um dia.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, do Brasil, a Bolívia registrou somente durante a quinta-feira um total de 3.110 focos de calor. Antes, neste mês, o dia com mais focos tinha sido o dia 21 com 2,427.
Conforme os dados do Inpe, agora em agosto entre os dia 1º e 29, a Bolívia registrou 23273 focos de calor, número bastante acima da média histórica mensal de 8360. Somente agosto de 2010 teve mais fogo com 34.574 focos de calor.
Os últimos meses também foram de queimadas muito acima dos valores médios históricos. Julho anotou, conforme dados do Inpe, 11219 focos de calor, valor incrivelmente alto se considerada a média histórica da Bolívia de 2817 no mês.
A forte fumaça dos incêndios florestais na Bolívia está afetando a qualidade do ar na região oriental de Santa Cruz, uma das mais castigadas pelo fogo que já consumiu mais de dois milhões de hectares. As autoridades temem que, se essas queimadas provocadas continuarem, pode haver uma propagação semelhante à que devastou florestas em 2019.
Somente na região oriental de Santa Cruz, o motor econômico da Bolívia, o fogo consumiu 1.975.000 hectares. “Com isso, estamos superando os anos de 2023 e 2022”, informou Jhonny Rojas, coordenador do Centro Operativo de Emergências Departamentais (COED), a um meio de comunicação local.
Na Bolívia, camponeses e agricultores realizam queimadas de restos de culturas e pastagens em tempos de seca para renovar os pastos e cultivos, mas frequentemente os incêndios saem do controle, o que é considerado uma prática inadequada pelos ambientalistas.
A fumaça da queimadas na Bolívia, transportada por correntes de vento, se expande para o Norte e o Centro-Oeste do Brasil e mesmo chega até os estados do Sul brasileiro por jatos de baixos níveis na atmosfera.
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