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A MetSul Meteorologia alerta que para uma semana de tempo severo no Sul do Brasil e chuva novamente com volumes muito altos, em particular no Rio Grande do Sul. A instabilidade vai se dar em condições de atmosfera superaquecida, favorecendo nuvens muito carregadas com alta frequência de tempestades, algumas fortes a severas.

Ao mesmo tempo, ar extremamente quente com calor extremo tomará conta do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil, estedendo-se a áreas mais ao Norte da Região Sul. Máximas acima dos 40ºC são esperadas em grande número de localidades com registros de 41ºC a 43ºC no Centro-Oeste do país.

A sucessão de dias de instabilidade mais ao Sul e o calor extremo no Centro do Brasil decorrerão de um padrão atmosférico envolvendo bloqueio atmosférico com atuação de áreas de baixa pressão de natureza térmica nos setores Oeste e no Norte da Argentina que por vezes tendem a se transladar para o Paraguai e a Bolívia.

As temperaturas máximas do sábado na Argentina passaram dos 40ºC com registros de 41,0ºC em San Juan (província de San Juan), 40,5ºC em Tinogasta (Catamarca) e 40,3ºC em Villa de María del Río Seco (Córdoba). Muitas estações do Oeste e do Norte argentino indicaram marcas de 38ºC a 40ºC.

Estas áreas de baixa pressão contribuirão para formar uma enorme bolha de ar mais quente que atuará nas latitudes médias da América do Sul, envolvendo o Norte e o Nordeste da Argentina, o Paraguai, Bolívia, e no Brasil as regiões Sul, Centro-Oeste e o Sudeste.

Com uma frente fria que alcançará o Rio Grande do Sul e não conseguirá romper o bloqueio, e a umidade canalizada para o estado sob uma atmosfera muito aquecida, haverá a sucessiva formação de áreas de instabilidade sobre o território gaúcho ao longo da semana com chuva, temporais frequentes e intervalos pontuais de melhoria com abafamento entre as pancadas.

A previsão da MetSul Meteorologia indica chuva para todos os dias desta semana no Rio Grande do Sul, o que não significa que vai chover o tempo todo e continuamente, assim como não se trata de um prognóstico que choverá na integralidade dos 497 municípios gaúchos todos os dias desta semana que se inicia. A chuva, entretanto, será muito frequente e intercalada com alguns intervalos de melhoria.

Mais uma vez chuva volumosa

O Rio Grande do Sul, durissamente castigado por chuva excessiva com volumes até acima dos 400 mm na primeira metade do mês, terá mais uma semana com precipitações volumosas em muitas áreas do estado. Os acumulados só desta semana podem atingir a média histórica de chuva do mês inteiro em alguns municípios, fazendo com que os totais de chuva deste setembro até agora atinjam marcas de até 500 mm em algumas cidades.

Os mapas abaixo mostram as projeções de chuva para esta semana dos modelos meteorologicos europeu ECMWF e o alemão Icon em que se observa a tendência de novamente chover muito no Rio Grande do Sul. Os volumes não devem ser tão extremos como nos episódios do começo do mês (Metade Norte) e da última semana (Oeste, Centro e Sul gaúcho), mas atingirão marcas acima de 100 mm em diversas cidades com acumulados em alguns pontos entre 150 mm e 200 mm.

A chuva será muito frequente, vai ocorrer todos os dia da semana no Rio Grande do Sul, mas não será persistente e contínua. Vão ocorrer intervalos de melhoria, em que o sol até aparece entre nuvens com abafamento. Sob ar muito quente, qualquer abertura favorecerá acentuado e rápido aquecimento que levará ao retorno das pancadas, especialmente nas Metades Oeste e Norte.

Alerta-se que, com a atmosfera muito aquecida, nuvens muito carregadas se formarão e terão o potencial de trazer períodos de chuva localmente forte a torrencial com acumulados altos em curto período, o que pode levar a alagamentos e inundações localizadas repentinas.  A sequência de dias com chuva e volumes elevados em algumas áreas vai contribuir ainda para manter os níveis dos rios elevados e pode mesmo agravar cheias já ocorrem em alguns locais.

Embora deve chover muito menos que no Rio Grande do Sul. a instabilidade por vezes afetará ainda Santa Catarina e o Paraná, onde, com o ar muito quente, não pode se afastar o risco de eventos isolados de chuva intensa acompanhando temporais localizados. Mesmo no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, com a atmosfera mais seca, o calor excessivo poderá levar a núcleos isolados e passageiros de chuva forte com tempestades.

Ar muito quente favorecerá tempo severo

A atmosfera estará superaquecida nesta semana nas latitudes médias da América do Sul com um bolsão enorme de ar quente que trará calor excessivo no Oeste, Centro e Norte da Argentina, Paraguai, Bolívia, Sul do Brasil (parte do Paraná), o Centro-Oeste e o Sudeste brasileiro. Esse bolsão de ar quente trará marcas extremas de calor no Norte argentino, Paraguai, e nos estados do Centro-Oeste e do Sudeste com marcas acima de 40ºC.

Inicialmente, as áreas com temperatura mais acima da média se concentram no começo da semana sobre o Sul do Brasil, embora faça muito calor no Sudeste e no Centro-Oeste. No meio da semana, o ar excessivamente quente se desloca mais na direção do Centro do Brasil e na segunda metade da semana ganha muita força entre o Sul, o Centro-Oeste e a Região Sudeste. É o que mostram as projeções de anomalia de temperatura em 850 hPa (nível de 1.500 metros de altitude) para o começo, meio e o final desta semana.

O ar muito quente vai estar, assim, também sobre o Rio Grande do Sul, mas com instabilidade e chuva frequentes não haverá sequência de dias de calor excessivo, como se espera os estados mais ao Centro do território brasileiro. Por outro lado, a combinação de ar muito quente com elevada umidade e instabilidade deve trazer vários dias seguidos com condições favoráveis a temporais no Sul, em particular no Rio Grande do Sul.

Quanto mais quente atmosfera, maior o risco de temporais fortes a severos. Modelos numéricos indicam chuva com temperatura em 850 hPa (nível de 1.500 metros) acima de 20ºC durante a segunda metade desta semana. Temperatura de 20ºC neste nível de pressão é muito elevada e, costumeiramente, quando ocorre instabilidade com marcas acima de 20ºC neste nível há um acentuado risco de tempestades e localmente fortes a severas.

Com a atmosfera tão aquecida e muito instável, nuvens de tempestades se formarão com uma grande facilidade e poderão atingir grande alturas com topos até acima de quinze quilômetros. Sob este cenário, tempestade serão bastante frequentes nesta semana no Sul do Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, mas localizadas.

Estes temporais isolados podem trazer muitos raios, chuva forte a intensa de curta duração, vento forte e queda de granizo, mas o maior risco é granizo. O cenário será propício para muita queda de granizo nesta semana no estado gaúcho. Isoladamente, as pedras de gelo podem ter de médio a grande tamanho. Os mapas acima mostram as projeções de risco de granizo pelo modelo norte-americano GFS entre segunda e sexta.

O calor será enorme nesta semana no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, especialmente na segunda metade da semana, quando se projeta a bolha de ar quente se reforçe sobre o Centro-Sul do país. Marcas de 40ºC a 43ºC ocorrerão princiapalmente no Centro-Oeste e no Sudeste, sobretudo no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, mas também em pontos do interior de São Paulo e de Goiás. Temperaturas próximas ou ao redor dos 40ºC poderão ser anotadas em direção ao final da semana ainda no Norte do Paraná e no Triângulo Mineiro.

Temperatura muito alta, quando há instabilidade, ainda traz elevado risco de vendavais. Como as marcas nos termômetros estarão excessivamente altas no Norte do Paraná, Centro-Oeste e no Sudeste, formações muito isoladas de instabilidade decorrentes do intenso calor poderão trazer vendavais isolados e com danos nestas áreas no decorrer da semana.

Como consultar os mapas

Todos os mapas neste boletim podem ser consultados pelo nosso assinante (assine aqui) na nossa seção de mapas a qualquer hora. A plataforma oferece mapas de chuva, geada, temperatura, risco de granizo, vento, umidade, pressão atmosférica, neve, umidade no solo e risco de incêndio e raios, dentre outras variáveis, com atualizações duas a quatro vezes ao dia, de acordo com cada simulação. Na seção de mapas, é possível consultar ainda o nosso modelo WRF de altíssima resolução da MetSul.

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