
Trata-se no momento de um episódio muito fraco de La Niña, com valores de anomalia de temperatura da superfície do mar pouco abaixo da faixa intermediária de neutralidade. Segundo a NOAA, existe 65% a 75% de probabilidade que as condições de La Niña prossigam ao longo do nosso verão. O consenso dos prognosticadores da agência de clima dos Estados Unidos é que o evento do fenômeno duraria ao menos até o trimestre de fevereiro a abril. Modelos climáticos analisados pela MetSul sugerem que o processo de resfriamento deve se acentuar. No pico, este episódio de La Niña deve ficar entre fraco e moderado, não se antecipando no momento um evento de forte intensidade.
Historicamente, La Niña traz chuva mais irregular no Rio Grande do Sul no final da primavera e durante o verão, às vezes com registro de estiagens de diferente magnitude. Além disso, no outono seguinte o frio tende a chegar mais cedo. Vários modelos de clima analisados pela MetSul sugerem a possibilidade de períodos de precipitação irregular e abaixo da média no Sul do Brasil, particularmente no Rio Grande do Sul, nos próximos meses, o que pode levar a déficit hídrico em algumas áreas.
Como se trata de um evento de La Niña fraco, salientamos que outros fatores podem interferir no nosso clima como a Oscilação de Madden-Julian (OMJ), temperatura do Atlântico e Oscilação Antártica, a maioria de curto prazo e que não pode ser antecipada com meses de antecipação. Apesar de não ser a região usada para classificação de La Niña, o Pacífico Equatorial Leste (costas do Peru e do Equador) merece atenção. O que ocorre nessa parte do Pacífico pode anular ou mesmo contrariar o sinal do Pacífico Central. Caso do último verão em que, apesar do Pacífico Central frio, enorme aquecimento do Pacífico Leste (El Niño costeiro) acabou trazendo excesso de chuva no Rio Grande do Sul no verão. Modelos indicam que esta parte mais Leste do Pacífico permaneceria fria no próximo verão, acentuando o risco de irregularidade da chuva.
