Mais um dia de pisos e paredes molhados com a elevadíssima umidade no Rio Grande do Sul e que atinge 100% em alguns municípios gaúchos | METSUL METEOROLOGIA

O Rio Grande do Sul teve mais um dia de umidade extremamente alta nesta segunda-feira, o segundo com valores de até 100%, com índices durante o dia acima de 90% na esmagadora maioria das cidades gaúchas, molhando pisos, azulejos, vidros e outras superfícies de casas e edifícios.

Conforme dados de estações oficiais, no meio da tarde, às 15h desta segunda-feira, a umidade relativa do ar estava em 100% em São José dos Ausentes, São Vicente do Sul, Caçapava do Sul e Encruzilhada do Sul, 99% em São Gabriel, 98% em Vacaria, Passo Fundo, São Luiz Gonzaga, São Borja, Uruguaiana, Santa Maria e Bagé, 97% em Erechim, Lagoa Vermelha, Cruz Alta, Jaguarão e Alegrete, e 96% em Soledade. Em Porto Alegre, às 15h, a umidade estava em 93% no Jardim Botânico e 92% no Aeroporto Salgado Filho.

Em Porto Alegre, a última vez em que a umidade relativa do ar numa medição horária esteve abaixo de 90% foi ao meio-dia do domingo. Desde o fim da tarde de sábado, os índices não são inferiores a 70% na capital gaúcha. A estação da zona Leste da cidade anotou umidade acima de 95% em todos os horários entre 17h do domingo e 14h desta segunda-feira.

Devido à elevada umidade, mais uma vez os aeródromos da Grande Porto Alegre apresentaram restrição de visibilidade durante o dia. No caso do Aeroporto Internacional Salgado Filho, houve neblina até o começo da manhã e que acompanhou a chuva com trovoadas na madrugada. O mínimo de visibilidade horizontal foi de 3 mil metros. Já na base aérea de Canoas, a neblina perdurou até o meio da manhã com mínimo de visibilidade de 1500 metros.

Quando vai embora a altíssima umidade?

Junto com as reclamações sobre tudo estar úmido, a dúvida: quando isso acaba? Não há uma resposta pronta. Não é como prever que hoje vai fazer calor ou frio. Calor ou frio vai fazer pra todo mundo, mas para uns a umidade vai diminuir mais cedo que para outros e gradualmente.  São múltiplos fatores que influenciam e isso varia em cada imóvel.

Se você andar na rua verá que existem calçadas secas e outras molhadas na mesma rua. A posição solar, o quanto é mais ou menos arejado o ambiente e até a cobertura vegetal da área influenciam. A diminuição será um processo gradual que se dará à medida que as superfícies aqueçam e comecem a secar e pela diminuição do diferencial térmico entre os ambientes interno (mais frios) dos externos (mais quentes).

A tendência é de a umidade do ar começar a diminuir a partir desta terça-feira em algumas cidades e de forma mais generalizada na quarta-feira. Nesta terça, por exemplo, o Nordeste do Rio Grande do Sul terá mais um dia bastante úmido e com chuva. Na quarta, quando o sol retorna para a maioria dos municípios, espera-se umidade relativa do ar menor. O problema é que as tardes terão máximas mais altas, acima de 20ºC em muitas cidades, e a temperatura mais elevada em contato com superfícies mais resfriadas acaba umedecendo pisos e paredes.

Os mapas acima mostram as projeções de umidade relativa do ar para todo o Brasil nas tardes de hoje, terça e quarta a partir das projeções do modelo norte-americano GFS. Observe que a tarde mais úmida é a desta segunda no Rio Grande do Sul, diminuindo em várias regiões no dia de amanhã e mais na quarta, mas reiteramos que a elevação da temperatura à tarde poderá manter superfícies úmidas e molhadas. No final da semana, entre sexta e sábado, ingressa ar mais seco e frio que vai garantir que muitas superfícies sequem.

Umidade por condensação

Por que está tudo molhado dentro da minha casa? A resposta está sim na umidade, mas muito mais na temperatura. Há dias chuvosos e muito úmidos com frio que não produzem estes incômodos, então a resposta passa muito mais pela temperatura.

O Rio Grande do Sul enfrentou uma sequência de madrugadas geladas e com algumas tardes frias na última semana. No fim de semana, o tempo se instabilizou com alta umidade e, acima da tudo, temperatura mais elevada. À medida que o ar quente e úmido da rua começou a elevar a temperatura nos ambientes interiores de casas e prédios as superfícies passaram a ficar úmidas e molhadas.

Tudo passa pelo que se denomina de condensação. Ocorre quando o ar mais quente e com umidade alcança uma superfície fria. O ar úmido se condensa em superfícies com temperatura menor como paredes, azulejos, espelhos, janelas e roupas.

É como chegar na frente do espelho e expirar com a boca. Vai ficar embaçado, não? É o que normalmente ocorre no inverno quando a temperatura sobe após dias muito frios. Os dias de temperatura baixa resfriam os ambientes internos e externos como paredes e pisos. Com a elevação da temperatura, o ar mais quente em contato com as superfícies resfriadas se condensa. E aí fica tudo molhado.