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Porto Alegre teve neste domingo um dos dias mais quentes da sua história em meio a uma onda de calor que não para de bater marcas históricas e recordes no Rio Grande do Sul | Mariano Sainz

A brutal onda de calor no Centro da América do Sul aliviou muito nas áreas de Buenos Aires e Montevidéu, entretanto seguiu no Rio Grande do Sul com um domingo de marcas excepcionalmente altas e sensação de enorme desconforto. A temperatura passou de 42ºC nos vales do Rio Pardo e do Taquari e em Porto Alegre chegou a 40,3ºC no quarto dia mais quente da história da capital gaúcha desde o começo das medições em 1910.

A MetSul alerta que o calorão prossegue durante a semana com máxima à tarde bastante altas durante a maioria dos dias e ainda sensação de enorme abafamento que vai trazer desconforto de dia e à noite. A terça-feira pode ter uma redução da intensidade do calor em muitas cidades, mas de quarta-feira em diante volta com força. Há alguns dados que prolongam a onda de calor até na semana que vem.

Segundo a MetSul, a maioria dos dias da semana deve ter máximas de 35ºC a 38ºC em Porto Alegre com noites quentes e abafadas. A terça-feira, apesar de abafada, pode ter máximas menores. Já o Oeste terá máximas perto ou ao redor dos 40ºC em quase todos os dias desta semana e a terça-feira pode interromper por um dia a sequência de dias tórridos na região que já dura uma semana.

No Noroeste, por sua vez, a semana inteira terá máximas perto ou acima de 40ºC com marcas em alguns dias entre 42ºC e 44ºC em algumas estações da região. O Noroeste, a propósito, vai ser a região mais castigada por calor extremo a excepcional nesta semana e, uma vez que está entre as que apresentam maior déficit de chuva e perdas nas lavouras, a situação vai ficar dramática na agricultura local.

O ar quente e úmido seguirá favorecendo pancadas de chuva, muito irregulares e localizadas, que em alguns pontos são acompanhadas de temporais com risco de vendavais localizados. “É a famosa chuva de verão que cai às vezes apenas em alguns bairros ou que ocorre numa cidade e no município vizinho não se registra nenhuma gota”, explica Estael Sias, meteorologista da MetSul.

“Estas pancadas que cairão em pontos isolados ao longo da semana ocorrem mais da tarde para a noite e localmente podem ser torrenciais com altos volumes em curtos períodos, o que resulta em alagamentos localizados”, adverte. “Exatamente o que ocorreu neste domingo em cidades da Grande Porto Alegre, da Serra e dos Vales que tiveram temporais com chuva intensa, raios e vendavais entre a tarde e a noite de hoje”, explica.

Nesta segunda e na terça, as pancadas de chuva atingem mais cidades das Metades Sul e Leste do Estado enquanto no Oeste e no Noroeste predomina o tempo seco com ocasional precipitação por demais isolada. Já entre quarta e sábado as pancadas atingem a maioria das regiões gaúchas, entretanto tendem a ser ainda muito isoladas a ponto de vários municípios não terem registro de qualquer precipitação.

“Este cenário de chuva muito irregular desta semana pouco efeito terá para atenuar a estiagem na maioria esmagadora dos municípios e o alívio tende a ser mais localizado. Municípios mais ao Extremo Sul gaúcho, fugindo da tendência da maior parte do Estado, podem ter muita água”, observa Estael.

De acordo com a meteorologista, a chuva desta semana na região do Chuí e de Santa Vitória do Palmar pode ficar entre 100 mm e 200 mm com acumulados até mais altos e equivalentes a dois meses de chuva em poucos dias”, observa.