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Em 12 de janeiro deste ano, a MetSul Meteorologia publicou uma análise com alerta de que a campanha de vacinação contra a gripe era realizada tardiamente nos estados do Sul do Brasil e que, diante do comportamento da circulação do vírus no exterior e a tendência de frio mais forte antecipado em 2013, a necessidade de antecipação do calendário era ainda maior. A análise da MetSul (íntegra) acabou publicada à época até em informativo do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (veja). Em fevereiro, um mês depois, o Ministério da Saúde decidiu atender os reclamos das autoridades de saúde do Sul do Brasil e anunciou a antecipação da campanha de vacinação nos três estados do Sul. Além disso, o Ministério informou que neste ano fornecerá mais doses da vacina. A campanha começará no dia 15 de abril ou 20 dias antes do 5 de maio, data que em 2012 teve início a vacinação. No total, os três estados vão receber 7,7 milhões de doses (3,1 milhões para o Rio Grande do Sul)  ante 5,3 milhões no total do ano anterior, sendo na época apenas 1,9 milhão de doses para o Rio Grande do Sul.


Antecipou-se a vacinação, mas a data ainda segue tardia, considerando o comportamento do clima e o período de duas a três semanas para a vacina fazer efeito. Dois fatos atestam que o calendário ainda é errado. Primeiro, as clínicas privadas já oferecem a vacina, um mês antes do SUS. Segundo, começou nesta semana, quase um mês antes do Brasil, a campanha de vacinação na Argentina (foto acima da Presidência da Argentina mostrando Cristina Kirchner recebendo dose). O ministro da saúde argentino Juan Manzur disse que o começa da campanha ainda no final do verão ocorreu ante a necessidade de antecipar-se à circulação do vírus e para dar tempo que a cobertura vacinal seja a maior possível. De acordo com Manzur, a cepa predominante no Hemisfério Norte no inverno foi o H3N2, e que a vacina hoje distribuída na Argentina inclui esta variação, o H1N1 e a cepa do vírus B. Na sua edição de hoje (22 de março), o jornal La Nación de Buenos Aires publica uma matéria com advertência de especialistas argentinos de que a gripe tende a chegar mais cedo neste ano por conta da antecipação do frio e da circulação do vírus observada no Hemisfério Norte (veja), exatamente o mesmo alerta que era feito pela MetSul Meteorologia em 12 de janeiro deste ano.


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