NOAA (agência de Meteorologia do governo americano) e NASA divulgaram ontem os balanços climáticos de 2012. Segundo a agência espacial dos Estados Unidos, 2012 foi o nono ano mais quente desde 1880. Com exceção de 1998, a NASA destaca que todos os nove anos mais quentes ocorreram desde 2000 com 2010 e 2005 no topo. A agência analisa que 2012 teve média no planeta de 14,6ºC, 0,55ºC mais quente que a média 1951-1980 com aquecimento global de 0,8ºC desde 1880.


Comparação da temperatura média 2008-2012 no planeta com a temperatura média 1951-1980 (NASA)

Conforme o comunicado de cientistas da NASA, a temperatura média global móvel de cinco anos tem se mantido estável por uma década, o que segundo eles é interpretado como uma combinação de variabilidade natural e uma diminuição da taxa de crescimento do conjunto de forçantes climáticas. Ainda segundo a NASA, 2012 praticamente teve a mesma temperatura média global de 2011, mas bem inferior a de 2010. “As variações de curto prazo estão associadas principalmente às oscilações provocadas pela variação natural da temperatura do Oceano Pacífico”, diz o comunicado.


Variação da temperatura global 1880-2012 com indicativo da média móvel de 5 anos e das ocorrências de El Niño/La Niña e ainda das grandes erupções vulcânicas no período (NASA)


Variação da temperatura global 1996-2010 (NASA)

Já para o NOAA, 2012 foi o décimo ano mais quente desde 1880. A média anual global  foi 0,57ºC mais alta que a do século 20 de 13,9ºC. Conforme o NOAA, 2012 foi o 36º ano seguido com temperatura anual acima da média no planeta. Todos os doze anos deste século (2001-2012) estão no ranking dos 14 mais quentes da série de 133 anos e que é encabeçado por 2010 com anomalia de 0,66ºC. Só 1998 no século 20 teve temperatura maior que 2012. NOAA ressaltou que o planeta esquentou 0,06ºC por década desde 1880, mas 0,16ºC por década desde 1970.


Separadamente, a temperatura da superfície de terra em 2012 foi 0,90ºC mais quente que a média do século 20 de 8,5ºC, a sétima maior anomalia já registrada. O fenômeno La Niña se fez presente no começo de 2012, mas se dissipou no outono do Hemisfério Sul, sendo substituído por condições de neutralidade do Pacífico. Quando comparado a anos prévios com presença do La Niña, 2012 foi o mais quente até hoje observado, segundo o NOAA, batendo 2011. A temperatura média global dos oceanos foi 0,45ºC superior à média do século 20, a décima mais alta até hoje pela série do NOAA. Os três anos mais quentes nos oceanos, de acordo com a agência americana, foram 1998, 2003 e 2010, todos de El Niño.


Anomalias de temperatura entre janeiro e março de 2012, com presença de La Niña, e de abril a dezembro sob neutralidade no Pacífico (NOAA)


Anomalias globais anuais 1950-2012 com indicativos de anos de Niño, Niña e neutralidade (NOAA)    

Quanto à chuva, o NOAA informou que depois dos dois anos mais chuvosos já registrados no mundo (2010 e 2011) pelo órgão, 2012 teve um balanço de precipitação próximo da média em áreas terrestres ao redor do globo. A agência de Meteorologia do governo americano, contudo, pondera que as anomalias de precipitação apresentam enormes variações de uma região para outra no planeta, casos da região Nordeste do Brasil e do Meio-Oeste dos Estados Unidos que tiveram um ano muito seco.