
Chuva forte durante temporal com rajadas de vento causou alagamentos ontem à tarde no Centro da cidade do Rio de Janeiro | FERNANDO FRAZÃO/EBC/AGÊNCIA BRASIL
A cidade do Rio de Janeiro já teve um temporal com chuva forte na tarde da terça que resultou em alagamentos e a previsão é de mais, muito mais água a caminho. A MetSul Meteorologia alerta que a chegada de uma frente fria deve trazer muita chuva para o estado do Rio de Janeiro com risco de acumulados de precipitação localmente excessivos e até extremos em alguns pontos. A chuva poderá resultar em alagamentos, inundações e quedas de encostas ou deslizamentos.
Com a chegada da frente fria, tem início período de muita chuva na cidade do Rio de Janeiro e no interior do estado fluminense. A tendência é de chuva muito frequente no Rio até a metade deste mês com elevados acumulados no período, o que agravará o risco de deslizamentos pela saturação do solo.
O tempo já fica instável nesta quarta e não firme no restante da semana com predomínio da nebulosidade e chuva em vários momentos na cidade do Rio de Janeiro e no interior do estado. A chuva em alguns momentos deve ser localmente forte a torrencial.
A instabilidade vai persistir no estado do Rio no fim de semana e ainda na primeira metade da semana que vem, mantendo o risco de chuva por vezes forte a intensa de caráter localizado, o que pode gerar inundações repentinas e escorregamentos de encostas.
Na segunda metade da semana que vem, a tendência é de o tempo não firmar e ainda devem ocorrer momentos de chuva, entretanto acompanhados de períodos de melhoria em que o sol pode aparecer com nuvens e abafamento.
O mapa abaixo mostra a tendência de chuva para 72 horas até 21h de sexta no Sudeste do Brasil a partir dos dados do modelo WRF da MetSul Meteorologia. Vê-se o indicativo por parte do modelo de acumulados de 200 mm a 300 mm em pontos do estado do Rio de Janeiro, o que exigirá muita atenção para o risco de temporais no Grande Rio e na Região Serrana.
Há risco de chuva orográfica nos próximos dias pelo efeito da umidade que vem do Atlântico. Uma massa de ar frio vai estar entre os litorais do Sul e do Sudeste do Brasil sobre o Oceano Atlântico, o que vai criar o cenário ideal para a instabilidade no litoral do estado do Rio de Janeiro e na capital fluminense.
Com a circulação de umidade associada ao sistema de alta e os ventos frios e mais úmidos vindos do mar em direção ao continente se criarão as condições favoráveis para que se registre chuva orográfica que é sempre perigosa pelo risco de ser extrema.
O que ocorre na chuva chamada de orográfica? Umidade que vem do oceano ao encontrar a barreira do relevo da Serra, ascende na atmosfera e encontra temperatura mais baixa. Isso leva à condensação e à ocorrência de chuva induzida pelo relevo.
Episódios de chuva orográfica são de alto risco porque costumam trazer acumulados de precipitação localmente muito altos e que não raro até acabam superando as projeções dos modelos numéricos. Os litorais de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro são os de maior risco de eventos de chuva extrema de natureza orográfica no Brasil com histórico de desastres por chuva extrema induzida pelo relevo.