Volumes muito altos a localmente excessivos de chuva podem atingir a faixa costeira do Rio Grande do Sul com acumulados em alguns pontos que podem atingir em apenas dois a três dias 100% a 200% da média histórica de precipitação de abril.
Uma área de baixa pressão que ingressou no Rio Grande do Sul nesta segunda-feira, com mais de 100 mm de chuva no Oeste do estado, migra para o oceano e a sua curvatura vai favorecer chuva volumosa ao longo da costa gaúcha.
Os dados analisados pela MetSul indicam que há risco de chuva por vezes forte a intensa com altos volumes tanto no Litoral Sul como no Litoral Norte gaúcho até o meio desta semana e em alguns pontos até quinta-feira.
Conforme a maioria dos dados analisados, embora possa chover com altos acumulados em pontos do Litoral Norte, os maiores volumes de daria na costa da região de Palmares do Sul para o Sul, em direção a Tavares, Mostardas, São José do Norte, Rio Grande e Santa Vitória do Palmar.
Os volumes de chuva em muitos pontos da costa gaúcha, do Norte ao Sul, devem ficar perto e acima dos 100 mm, mas os nossos modelos de alta resolução apontam o risco de em trechos da faixa costeira chover até 200 mm a 250 mm ou mais.
Isso representa cerca de 100% a 200% da média histórica de precipitação de abril todo no litoral do Rio Grande do Sul, caracterizando um episódio de chuva excessiva pelos muito altos volumes e em curto intervalo.
Os mapas abaixo mostram as projeções de chuva acumulada até às 9h de quinta-feira, de acordo com os modelos WRF inicializados com os modelos norte-americano GFS e o europeu.

METSUL

METSUL
Chama a atenção que os volumes de chuva mais altos de chuva se estendem pela costa do Rio Grande do Sul de Norte a Sul, mas que podem se estender à região de Pelotas, no Sul do estado.
Diante deste cenário, confirmando-se os acumulados indicados pelos modelos, por certo haverá alagamentos em muitas praias do Sul e do Norte do litoral gaúcho com risco ainda de inundações, especialmente em áreas rurais e perto das lagoas.
O quadro exige atenção em áreas de encosta da Serra no Litoral Norte ante o risco de que possam ocorrer deslizamentos de terra e queda de barreiras, como na área da BR-101.
A Defesa Civil Estadual emitiu um alerta de chuva volumosa para as cabeceiras do Rio dos Sinos, mas a MetSul considera baixo o risco de uma grande cheia com enchente na bacia do Sinos, com base nos dados de hoje.
Isso porque os modelos indicam que os acumulados mais excessivos de chuva se dariam muito perto do oceano no Litoral Norte, enquanto as nascentes do Sinos estão mais longe da costa e mais para o interior do continente nas áreas de Caraá e Santo Antônio da Patrulha. Além disso, o Sinos tem estado abaixo do nível normal por vários meses.
É importante tranquilizar que a esmagadora dos principais rios do Rio Grande do Sul não tem suas nascentes no litoral e sim na Serra e no Norte do estado, em pontos em que não há indicativo de acumulados extremos, logo não há qualquer margem de comparação com o cenário experimentado em abril e maio do ano passado.
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