Fernando Oliveira/Twitter

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Os três primeiros dias do mês tiveram mais características de auge do verão que final de inverno com máximas ao redor de 35ºC nas três jornadas até agora de setembro. Ontem, no interior, os termômetros marcaram 35,1ºC em Santa Rosa e 34,7ºC em São Gabriel. Na Grande Porto Alegre, onde se realizava o último dia da Expointer, Campo Bom foi a 34,9ºC. Na Capital (foto), a máxima de ontem atingiu 34,9ºC na área central da cidade.

Estamos sob um vigoroso padrão de bloqueio atmosférico em que a grande massa de ar seco e quente que cobre o Brasil não permite que a chuva que tem afetado o Centro da Argentina e o Uruguai progrida pelo Sul do Brasil. Por isso, calor aqui e enchentes nos países do Prata.

Quando a chuva chega aqui alcança mais o Sul e o Oeste do Rio Grande do Sul e por vezes, já enfraquecida, a Metade Norte e alguns pontos de Santa Catarina. E esse é exatamente o cenário que a MetSul Meteorologia antecipa deve continuar nesta semana no Estado com o prosseguimento do predomínio do tempo seco na maioria das áreas do território gaúcho e instabilidade mais freqüente limitada às áreas ao Oeste e ao Sul gaúcho, onde já chove com trovoadas e risco de temporais isolados no decorrer desta segunda-feira. Com chuva escassa e sob a influência do ar quente, a temperatura continua muito acima da média histórica de setembro no Rio Grande do Sul nestes dias.

Então, quando cede esse bloqueio atmosférico? Quando desaba o muro?

Modelos prognósticos analisados pela MetSul Meteorologia indicam que no começo da próxima semana uma massa de ar frio finalmente conseguiria ingressar no Rio Grande do Sul, proporcionando uma ruptura neste longo período de temperatura acima do normal que se observa desde agosto. Mais importante que isso, os mesmos modelos indicam que haveria um aumento da chuva no território gaúcho.

O período entre os dias 10 e 20 deste mês poderia ter instabilidade muito mais freqüente no Rio Grande do Sul.

Tanto o modelo americano GFS como o Europeu projetam que o período entre os dias 10 e 20 deste mês poderia ter instabilidade muito mais freqüente no Rio Grande do Sul com vários dias com registro de chuva neste intervalo. Os volumes nestes dez dias poderiam ser até altos em parte do Estado por conta de pancadas de chuva localmente fortes a intensas. Veja a projeção de chuva para a as próximas semanas do modelo de clima CFS e que está disponível para até 40 dias na seção de mapas.

A Metade Norte que vem tendo pouca chuva estaria entre as áreas com acumulados mais significativos. Além da chuva, o período igualmente seria propício a temporais. Os dados indicam ainda que a chuva afetaria Santa Catarina e o Paraná. Na segunda metade do mês é provável que algumas áreas do Centro-Oeste e do Sudeste que não enxergam chuva por várias semanas possam ter instabilidade. (Com foto de Fernando Oliveira)