Anúncios

Uma imagem captada neste sábado (16) por tripulante de um avião caça-furacões da NOAA dentro do olho do furacão Erin, agora categoria 5, impressionou meteorologistas e cientistas em todo o mundo. O registro mostra, em detalheS, um contraste raro e incrível de  ser visualizado no mar.

NHC/NOAA

Note que enquanto na área de tempo aberto do centro do olho (à esquerda na foto) as águas aparentam estar relativamente calmas, logo ao lado (à direita), sob as nuvens da parede do olho, o oceano se transforma em um cenário de completa turbulência, com ondas violentas e espuma branca visível do alto.

O contraste chamou a atenção porque, em geral, imagens aéreas destacam o céu aberto no olho. Desta vez, a grande diferença se evidenciou na superfície marítima, dividida entre calmaria e turbulência em uma mesma cena.

Esse comportamento é explicado pela dinâmica de um furacão. O olho é a área mais tranquila, onde correntes descendentes de ar inibem a formação de nuvens e reduzem a força do vento sobre o oceano.

Já a parede do olho é o oposto: concentra os ventos mais intensos e destrutivos, capazes de superar 250 km/h. É nela que o ar quente e úmido sobe em torres convectivas, liberando energia gigantesca. Hoje, uma sonda lançada por avião caça-furacões mediu rajada de 310 km/h na parede do olho.

O registro foi possível graças a uma missão dos aviões caça-furacões da Força Aérea norte-americana. Essas aeronaves especializadas atravessam ciclones para coletar dados que satélites não conseguem medir com precisão.

Equipadas com instrumentos de ponta, elas lançam sondas chamadas dropsondes, que caem pelo interior da tempestade, transmitindo por rádio informações cruciais: pressão, temperatura, umidade, intensidade e direção dos ventos.

Esses dados são vitais para prever o comportamento de furacões. No caso de Erin, confirmaram ventos sustentados de 257 km/h e pressão mínima de 915 mb — parâmetros que o colocam entre os mais fortes já medidos no Atlântico.

O voo, porém, não é simples. Para chegar ao olho, a aeronave precisa atravessar a parede, a parte mais turbulenta do sistema. Ali, rajadas violentas e chuvas intensas colocam à prova a resistência do avião e da tripulação.

Uma vez dentro do olho, a mudança é dramática. O céu costuma se abrir, revelando até mesmo estrelas à noite. A turbulência desaparece, e o contraste com a parede parece quase surreal — como a foto evidencia no mar.

A MetSul Meteorologia está nos canais do WhatsApp. Inscreva-se aqui para ter acesso ao canal no aplicativo de mensagens e receber as previsões, alertas e informações sobre o que de mais importante ocorre no tempo e clima do Brasil e no mundo, com dados e informações exclusivos do nosso time de meteorologistas.