Em muitas cidades do Rio Grande do Sul ontem o céu não tinha nuvens, mas aparentava estar nublado. Por todo o Rio Grande do Sul os gaúchos observaram uma coloração do céu diferente com aspecto fosco e enfumaçado. Foram dezenas de fotografias recebidas pela MetSul mostrando um dia diferente de muita fumaça no céu do território gaúcho.

Os mesmos satélites que não mostravam a presença de nuvens revelavam a causa do céu diferente: fumaça, muita fumaça. As imagens do satélite Terra da NASA indicavam denso corredor de fumaça pelo interior do continente, a Leste dos Andes, avançando da região da Amazônia até o Rio Grande do Sul.

Agora, o dado mais notável. A imagem do sensor óptico de profundidade de aerossóis divulgado pela agência espacial norte-americana NASA mostrou que a densidade da fumaça sobre o Rio Grande do Sul era muito grande (na cor vermelha), semelhante aos níveis observados em áreas da região amazônica e do Centro-Oeste. Se fumaça chegar do Norte em agosto e setembro ao Rio Grande do Sul não é incomum, chegar com tanta densidade não é comum.

O corredor de fumaça que ontem atuou no território gaúcho tinha origem em queimadas na região amazônica e no caminho até o Estado era reforçado por emissões das queimadas também no Pantanal, Bolívia, Paraguai e Norte da Argentina. Correntes de vento de Norte que trouxeram o ar quente que elevou a temperatura ontem a 34,9ºC em Santa Rosa transportaram junto a grande quantidade de fumaça.