Ciclone extratropical de 31 de outubro de 2010 provocou queda de árvores em Buenos Aires, no Uruguai e Rio Grande do Sul com falta de luz e estragos | ARQUIVO METSUL

O Rio Grande do Sul terá um segundo turno de eleição presidencial neste domingo com previsão de forte instabilidade na segunda metade do dia por chuva e temporais isolados, de acordo com alerta publicado pela MetSul Meteorologia. Não será a primeira vez, contudo, que uma eleição presidencial em segundo turno no estado é marcada por condições meteorológicas adversas.

Em 31 de outubro, no segundo turno entre Dilma Rousseff e José Serra, vencido pela candidata petista, os gaúchos enfrentaram vento muito forte com rajadas até de 100 km/h em algumas cidades durante o horário de votação. O motivo foi um ciclone extratropical intenso que trouxe danos para a província de Buenos Aires, Uruguai e Rio Grande do Sul.

Na costa argentina, um barco afundou e dois pescadores desapareceram. Seis pessoas ficaram feridas na queda de uma placa de publicidade na cidade de Buenos Aires. No Uruguai, o vento provocou queda de árvores, placas e falta de luz. As rajadas alcançaram 90 km/h no porto de Montevidéu e 102 km/h durante a manhã em Punta del Este. Na cidade de Melo, perto da fronteira gaúcha, o vento bateu 104 km/h.

No Rio Grande do Sul, o Sul e o Leste do estado foram as regiões mais castigadas pelos efeitos do ciclone no segundo turno de 2010. O vento passou de 100 km/h no Litoral Sul e variou entre 80 km/h e 100 km/h na Campanha e na Serra do Sudeste. Estações meteorológicas registraram rajadas de 103 km/h na barra do Porto de Rio Grande, 96 km/h em Canguçu, 90 km/h em Jaguarão, 87 km/h em Bagé, 86 km/h em Caçapava do Sul, 82 km/h no Chuí e 80 km/h em Dom Pedrito.

CP MEMÓRIA

Em determinado momento da tarde do dia da eleição em 2010, ao redor de 200 mil pessoas estavam sem luz no Rio Grande do Sul. A região mais atingida pela falta de luz foi a Metade Sul. A falta de luz não prejudicou o encerramento da votação já que as urnas eletrônicas possuem baterias. As baterias, segundo o Tribunal podem funcionar por 12 horas, mais que o período inteiro da eleição (nove horas).

Em algumas localidades, urnas precisaram ficar desligadas até que se formasse uma pequena fila, para que economizar bateria. O Tribunal esclarece que foram problemas pontuais em urnas que, provavelmente, não foram carregadas devidamente antes do pleito.