A quinta-feira começou com a formação de um Complexo Convectivo de Mesoescala (CMM) no Nordeste da Argentina, trazendo chuva localmente forte e temporais para províncias do país vizinho, como Corrientes. O sistema de instabilidade de formação noturna afeta também parte do Rio Grande do Sul.
A imagem de satélite acima do começo da manhã desta quinta-feira mostrava grande aglomerado de nuvens carregadas sobre províncias do Nordeste argentino e que em parte atingia também áreas da Metade Oeste gaúcha.
O sistema de instabilidade trazia chuva entre o final da madrugada e o começo da manhã desta quinta para diversas cidades ao longo da Fronteira Oeste gaúcha, aumentando ainda mais os acumulados de precipitação na região que são altos desde o começo da semana.
Estações do Instituto Nacional de Meteorologia no Rio Grande do Sul registraram entre a segunda-feira e o início da manhã desta quinta acumulados de precipitação de 124 mm em Uruguaiana, 62 mm em Quaraí, 53 mm em Jaguarão, 50 mm em Alegrete, 42 mm em Santiago e 42 mm em Santiago.
Um complexo convectivo de mesoescala (conhecido na Meteorologia pela sigla CCM) é aglomerado de tempestades que ocorre numa escala de algumas dezenas a centenas de quilômetros, fenômeno comum que se forma durante a noite nos meses quentes do ano no Nordeste da Argentina e no Paraguai.
Tais complexos convectivos são caracterizados por uma estrutura organizada que pode incluir várias células convectivas individuais interconectadas e não raro apresentam um aspecto circular nas imagens de satélite.
Os CCMs são frequentemente associados a sistemas meteorológicos de grande escala, como frentes, linhas de instabilidade ou áreas de baixa pressão e são capazes de produzir chuvas intensas com altíssimos, trovoadas, granizo e, em alguns casos, tempestades severas com vendavais.
Este tipo de formação se dá em massas de ar muito quentes, úmidas e instáveis, tal qual a massa de ar que cobre neste momento o Rio Grande do Sul e o país vizinhos, o que favorece o calor com muito abafamento e instabilidade.
Por isso, o Rio Grande do Sul terá nesta quinta-feira mais um dia muito quente, abafado e com sol e chuva em diversas regiões. A atmosfera está tão quente, úmida e instável que se formam áreas de instabilidade com chuva isolada, assim as precipitações tendem a ser muito irregulares na distribuição e não chega a chover em todas as cidades.
Muitas nuvens continuam no Rio Grande do Sul, embora ocorram aberturas de sol entre as nuvens em alguns pontos, como no Leste do estado, onde está Porto Alegre. A instabilidade se concentra hoje mais na Fronteira Oeste, no Centro do estado e na Metade Norte. É alto o risco de chuva forte localizada com ocasionais temporais, especialmente na Metade Norte.
Mais ao Sul do estado, embora ainda possa chover em alguns locais, a instabilidade diminui e ocorrem momentos de melhoria. O mesmo ocorre no Leste gaúcho. Segue quente e abafado, porém não tanto quanto ontem, quando chegou a fazer mais de 35ºC na Grande Porto Alegre e 36ºC nos vales.
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