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Vários pontos de Duque de Caxias seguiam inundados na manhã desta segunda-feira, um dia e meio depois do temporal que se abateu sobre a cidade com chuva extrema que deixou estragos e vítimas | MAURO PIMENTEL/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Áreas da Baixada Fluminense seguem inundadas mais de 36 horas depois do temporal do final da noite de sábado e do começo da madrugada de domingo. Vários pontos do município de Duque de Caxias seguem com água muito alta nas ruas nesta segunda-feira. A água chegava na altura do peito dos moradores em alguns trechos. O temporal deixou dois mortos na cidade.

Subiu para 12 o número de mortos pela chuva extrema no estado do Rio de Janeiro. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pelo governo fluminense. A mais recente vítima foi é um morador da Pavuna, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Uma pessoa segue desaparecida.

O temporal do fim de semana afetou de forma severa o sistema de abastecimento de água na região metropolitana do Rio de Janeiro, dependente de estações de tratamento e rios localizados na Baixada Fluminense.

A orientação à população é que faça uso consciente e evite desperdícios. Segundo a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), foi preciso reduzir drasticamente a capacidade da Estação de Tratamento do Guandu, responsável pelo fornecimento de água para cerca de 11 milhões de pessoas.

Na Baixada, a Estação de Tratamento Água de Japeri teve seu funcionamento totalmente interrompido desde a tarde de domingo, por causa da elevação do nível do rio e das alterações na qualidade da água bruta. Em Japeri, o abastecimento em todo o município está suspenso.

A situação também afeta a distribuição de água no Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados e São João de Meriti. “Neste período de grave impacto no abastecimento, a Águas do Rio orienta os seus clientes a fazer o uso consciente da água”, orientou a concessionária.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, decretou situação de emergência no município devido aos danos e impactos provocados pelas chuvas. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial.

O Corpo de Bombeiros segue nas buscas por uma vítima feminina adulta que teria desaparecido após a queda de um veículo no Rio Botas, na altura da Rua Doze, no bairro Andrade Araújo, na noite de sábado. A corporação já atendeu mais de 200 ocorrências relacionadas às chuvas, como resgates de pessoas, inundações, alagamentos, cortes de árvores, desabamentos e deslizamentos.

Por que choveu tanto

Volumes de chuva de 200 mm a 300 mm foram registrados em poucas horas na zona Norte do Rio de Janeiro e na região da Baixada Fluminense. São acumulados de chuva que podem ser descritos como extraordinários em tão curto período.

Uma massa de ar quente e úmido de origem tropical cobria o Sudeste do Brasil há dias e favorecia a formação de nuvens carregadas, de maior desenvolvimento vertical, capazes de gerar chuva forte a intensa e vendavais localizados. Por isso, a sequência de dias com temporais em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Houve o agravante da passagem de uma frente fria pela costa, o que reforçou a chuva na sexta no Leste de São Paulo com o aguaceiro na Grande São Paulo. Uma área de baixa pressão passou a atuar na costa do Sudeste do Brasil, gerando aporte de umidade que, ao interagir com a atmosfera aquecida e o relevo da Serra do Mar, proporcionou os aguaceiros no Rio entre o sábado e o domingo.

Duque de Caxias inunda nesta segunda-feira| MAURO PIMENTEL/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Carro virado sobre os trilhos do metrô após ser arrastado pela enxurrada em estação de trem de Acari, no estado do Rio de Janeiro. Área foi uma das mais afetadas pela chuva extrema com o transbordamento do Rio Acari. | BRUNO KAIUCA/AFP/METSUL METEOROLOGIA 

Subsolo do Hospital Ronaldo Gazolla completamente inundado na cidade do Rio de Janeiro depois do temporal com chuva intensa da noite de ontem | BRUNO KAIUCA/AFP/METSUL METEOROLOGIA 

A sondagem por balão meteorológico lançado do Aeroporto do Galeão às 21h de sábado, quando se iniciava a chuva mais intensa, indicou valores de água precipitável de 69,8 mm. Trata-se de uma marca altíssima e que não se observa a toda hora.

Não é volume de chuva previsto, mas um indicador do vapor d´água presente na atmosfera. A atmosfera, assim, estava carregadíssima de umidade, o que gerou a chuva com os volumes extremos. Os ventos em torno da circulação de baixa pressão, ademais, sopravam do mar para o continente, e traziam ainda mais umidade para a cidade do Rio de Janeiro e o Grande Rio com chuva orográfica (pelo relevo).

Tempo no Rio de Janeiro nesta semana

O sol predomina em grande parte da semana na cidade do Rio de Janeiro depois de um fim de semana trágico em que a chuva deixou onze mortos na capital e na Baixada Fluminense com inundações e prejuízos para milhares de pessoas. O calor vai ser forte a intenso e os cariocas suportarão dias escaldantes.

O tempo firme predomina nesta primeira metade da semana no Rio de Janeiro com dias de sol e nuvens. Por conta do forte aquecimento, não se pode descartar chuva ou algum temporal isolado, mas, no geral, a tendência é de predomínio do tempo firme.

Massa de ar muito quente sobre o Sudeste do Brasil traz a sequência de dias de sol e com muito calor. As máximas na cidade do Rio de Janeiro podem atingir até 36ºC a 38ºC nesta segunda, 38ºC a 40ºC na terça, 38ºC a 41ºC na quarta, e na quinta entre 38ºC a 41ºC com possibilidade de registros de 41ºC a 42ºC em alguns bairros. Na sexta, marcas menores, mas muito abafado com nuvens e instabilidade.

A umidade aumenta a partir da segunda metade da quinta, assim que cresce o risco de temporal de verão com chuva forte e vento no fim da tarde e à noite na quinta, até porque estará excessivamente quente, o que agrava o risco de tempestades.

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