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O vulcão Krasheninnikov, no extremo leste da Rússia, entrou em erupção neste domingo (3), após quase 600 anos de inatividade, segundo autoridades científicas da Península de Kamchatka.

KVERT/DIVULGAÇÃO

A erupção ocorreu às 6h locais, poucos dias após um terremoto de magnitude 8,8 sacudir a região. A relação entre o sismo e a atividade vulcânica está sendo estudada por especialistas, mas experts consideram altamente provável que o grande terremoto tenha causado a erupção.

De acordo com o KVERT, que monitora o vulcão, a última erupção confirmada do Krasheninnikov foi em 1463, com margem de erro de cerca de 40 anos. Desde então, não houve registros de nova atividade.

O vulcão lançou uma pluma de cinzas que alcançou entre cinco e seis quilômetros de altura, de acordo com o Ministério de Situações de Emergência da Rússia. A nuvem se deslocou para o Oceano Pacífico.

Não há áreas habitadas sob risco, mas o alerta para a aviação foi elevado para o nível laranja, devido à possibilidade de impacto nas rotas aéreas da região, especialmente em voos transpacíficos.

O Krasheninnikov fica a cerca de 200 quilômetros de Petropavlovsk-Kamchatsky, a principal cidade da península. A estrutura vulcânica está dentro da Reserva Natural Kronotsky, uma área remota e pouco acessada.

O complexo vulcânico é formado por dois estratovulcões sobrepostos dentro de uma antiga caldeira de 9 por 11 quilômetros. A formação mais recente começou há cerca de 6.500 anos, segundo geólogos.

Funcionários da reserva que realizavam pesquisas científicas no local avistaram vapor e gases sendo expelidos e foram imediatamente evacuados com segurança, antes da intensificação da erupção vulcânica.

O fluxo de lava desceu pela encosta sudoeste do vulcão, atingindo um comprimento de 2,7 quilômetros. A área ao redor é desértica, composta por campos de cinzas e lava sem vegetação densa.

Nos últimos dias, a região enfrentou intensa atividade sísmica. Além do terremoto principal de magnitude 8,8, uma réplica de magnitude 6,8 foi registrada poucas horas após a erupção.

Outro forte abalo, de magnitude 7,0, atingiu as Ilhas Curilas no domingo, sem deixar vítimas ou causar danos significativos. O alerta de tsunami emitido para a região foi posteriormente suspenso.

O vulcão Klyuchevskaya Sopka, o mais alto e ativo da península, também entrou em erupção na última semana. Fluxos de lava foram observados em suas encostas entre os dias 17 e 30 de julho.

Kamchatka faz parte do Círculo de Fogo do Pacífico, região de alta instabilidade geológica, onde são comuns terremotos e erupções. A península abriga cerca de 300 vulcões, 29 deles ainda ativos.

A atividade atual reforça o alerta constante sobre os riscos naturais no Extremo Oriente russo. As autoridades recomendaram que turistas e moradores evitem se aproximar da área do Krasheninnikov.

Segundo a reserva, não há ameaça para as estruturas locais nem para os funcionários. O monitoramento permanece em tempo real por equipes científicas e órgãos de proteção da Rússia.

As primeiras imagens da erupção foram captadas por um grupo turístico que sobrevoava a região em direção ao Vale dos Gêiseres. O vídeo se tornou um registro histórico do evento.

Vsevolod Yakovlev, diretor interino da reserva Kronotsky, classificou a erupção como “fascinante”, apesar de esperada. O Krasheninnikov é um dos oito vulcões ativos dentro da área protegida da reserva.

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