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O céu chamou a atenção de muitos gaúchos residentes na Metade Norte do estado nesta quarta-feira pela presença de fenômenos ópticos como a presença de nuvens coloridas ou iridescentes e halo solar.

Embora um dia ensolarado em todo o Rio Grande do Sul, como consequência da atuação de um centro de alta pressão de uma massa de ar frio que trouxe temperatura até abaixo de zero na madrugada, nuvens altas se formaram.

Esta nebulosidade alta do tipo Cirrus se formou numa faixa do território gaúcho junto à Metade Norte, em municípios como do Planalto Médio, Serra, Vales, Grande Porto Alegre e o Litoral Norte.

Com as nuvens altas formadas por cristais de gelo, as condições se tornaram favoráveis a fenômenos óptico tipicamente associados à presença de nuvens do tipo Cirrus na atmosfera.

Foi o que fez com que muitas pessoas, em diferentes cidades, observassem um círculo ao redor do sol (halo solar) e nuvens coloridas ou iridescentes entre o final da manhã e o começo da tarde desta quarta-feira.

No meio da tarde, a faixa de nuvens altas Cirrus ainda podia ser observada por imagens de satélite atuando entre o Norte e o Nordeste do território gaúcho enquanto na maior parte do estado o céu era claro.

Veja imagens das nuvens Cirrus e dos fenômenos ópticos

Veja a seguir fotos do céu com nuvens altas, da nebulosidade iridescente e do halo solar observado em diferentes municípios do Rio Grande do Sul nesta quarta-feira.

Nuvens iridescentes em Marau | GABRIELA GIOLO

Nuvens coloridas em Panambi | LUIZ VENERAL

Nebulosidade iridescente em Ijuí | CARLOS KIST

Halo solar em Bento Gonçalves | ARTHUR HENTZ

Cirrus Uncinus em Osório | ALEXANDRE AGUIAR

Por que estão ocorrendo estes fenômenos ópticos hoje?

Se estas nuvens se formam em grande altitude, em altos níveis da atmosfera é que se deve buscar a resposta para a pergunta: por que elas se formaram estão sendo vistas nesta quarta e principalmente na Metade Norte do estado?

Os mapas dos modelos meteorológicos mostram uma corrente de jato em grande altitude. O “jato” se estende do Pacífico ao Atlântico. Cobre o Norte do Chile, o Norte da Argentina e o Sul do Brasil.

É esta corrente de jato, perturbando a atmosfera, que é fluída, que acabou por gerar as nuvens altas que favoreceram o halo solar e as nuvens iridescentes.

Dados de sondagens atmosféricas, realizadas mediante balões que são lançados na atmosfera, confirmam a atuação de uma corrente de jato sobre o Rio Grande do Sul. A sondagem das 9h desta quarta da base aérea de Santa Maria mostrou vento muito intenso entre 10.000 e 12.000 metros, a altitude em que aviões comerciais voam. O vento medido a 12 mil metros pela sonda atingia 124 nós (230 km/h) na manhã desta quarta.

O que são nuvens iridescentes?

Quando partes das nuvens são finas e têm gotículas de tamanho semelhante, a difração da luz solar pode fazê-las brilhar com cores. O efeito é chamado de nuvem iridescência, termos derivados de Iris, a personificação grega do arco-íris.

As cores geralmente delicadas podem estar em manchas ou faixas quase aleatórias nas bordas das nuvens. Eles só são organizados em anéis coronais quando o tamanho da gota é uniforme em toda a nuvem. As bandas e cores mudam ou vêm e vão conforme a nuvem evolui.

Ocorrem mais frequentemente em nuvens Altocumulus, Cirrocumulus e especialmente em nuvens lenticulares. A iridescência é observada principalmente quando parte de uma nuvem está se formando, porque todas as gotículas têm uma história semelhante e, consequentemente, um tamanho semelhante.

A difração fora da gota de chuva ou do cristal de gelo. Requer gotas de água muito pequenas e redondas ou cristais de gelo. Raios de luz são dobrados ao redor da periferia da gota, quase como se estivessem deslizando ao longo de sua borda. A luz de todas as gotículas diferentes mais uma vez se divide em cores. É semelhante aos tons que vemos em uma bolha de sabão, mancha de óleo ou em um DVD.

Para que uma nuvem seja iridescente, todas as gotículas devem ter tamanho quase uniforme e a nuvem precisa estar perto do sol do ponto de vista do observador. Isso geralmente não acontece no topo das tempestades, já que as gotas de água estão entrando em uma região mais fria da baixa atmosfera e fazendo a transição para o gelo. Às vezes, a iridescência pode ser vista longe do sol, mas é mais frequente perto dele.

O que é halo solar?

O halo solar é um anel luminoso que aparece ao redor do sol, geralmente com coloração esbranquiçada ou levemente colorida, lembrando o arco-íris. O fenômeno ocorre quando a luz solar é refratada e refletida por cristais de gelo suspensos nas nuvens do tipo Cirrus, que se formam em grandes altitudes. Esses cristais atuam como pequenos prismas que desviam a luz em um ângulo de aproximadamente 22°, formando o círculo brilhante que envolve o astro.

Quais são os tipos de nuvens Cirrus

As nuvens Cirrus tem cinco tipos principais e vários subtipos. Inicialmente, os Cirrus fibratus frequentemente são alinhados com a direção do vento de alta altitude, criando listras paralelas brancas que riscam o céu. É a forma mais comum. Já o Cirrus uncinus tem como marca registrada a forma de gancho e é famoso por se parecer com o rabo de um cavalo. Foi o tipo visto hoje na Serra Gaúcha.

WHAT IS THIS CLOUD/REPRODUÇÃO

Já o Cirrus spissatus ficam no topo da troposfera. Não raro forma uma espessa e densa camada branca que domina grande parte do céu ou junto à bigorna de uma Cumulonimbus. O Cirrus flocus, por sua vez, tem manchas irregulares que são muito maiores que o Cirrocumulus flocus. Possuem uma aparência mais parecida com algodão do que o resto da família Cirrus. E, por fim, o Cirrus castellanus é mais desenvolvido verticalmente do que o Cirrus floccus e tem topos em forma de torre, sendo mais altos do que largos.

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