Chuva vai atingir quase todo o Sul do Brasil entre hoje e amanhã com volumes que vão variar de muito baixos a excessivos na região por conta da atuação de um centro de baixa pressão e o avanço de uma frente fria | ALEX ROCHA/PMPA

Um novo episódio de chuva é esperado no Rio Grande do Sul entre hoje e amanhã, entretanto a MetSul Meteorologia desde já antecipa que as precipitações serão frustrantes em grande parte do estado. Isso porque na maioria dos municípios gaúchos os acumulados não tendem a ser altos.

A instabilidade vai decorrer de dois sistemas meteorológicos. Frente fria acompanhada de profundo centro de baixa pressão vai trazer a nova rodada de chuva e tempestades no Sul do Brasil entre esta quinta e sexta-feira.

O sol aparece com nuvens no Rio Grande do Sul nesta quinta, mas algumas áreas devem ter momentos de maior nebulosidade ainda no decorrer do dia. O avanço de uma área de baixa pressão profunda e a aproximação de uma frente fria pelo Oeste vão instabilizar o tempo na segunda metade do dia.

Espera-se chuva até o final desta quinta principalmente no Oeste, no Noroeste, em pontos do Sul e do Centro, assim como em locais do Norte do estado. Há risco de chuva forte isolada e de temporais com vento, sobretudo no Oeste.

No decorrer da sexta-feira será a vez da frente fria cruzar pelo Rio Grande do Sul, sobretudo entre a madrugada e de manhã. Na sequência, massa de ar seco e frio avança pela Argentina e ingressa no estado, o que vai proporcionar a melhora do tempo com queda de temperatura e rajadas de vento do quadrante Sul.

A chuva associada ao sistema de baixa pressão e à frente entre hoje e amanhã não terá volumes altos em tantos locais como no episódio de instabilidade da última terça no Rio Grande do Sul. Pontos isolados podem ter até acumulados altos, mas, no geral, a grande maioria dos municípios gaúchos terá baixos índices de precipitação e em alguns pode sequer chover.

O mapa abaixo mostra a projeção de chuva para 72 horas do modelo meteorológico alemão Icon em que se observa a tendência de os volumes de precipitação não serem altos na maior parte do território gaúcho, exceto por setores isolados.

Já este segundo mapa traz o prognóstico de precipitação em 72 horas, até 21h de sábado, para o Sul do Brasil do modelo de alta resolução de 3 km da MetSul Meteorologia. A tendência é bastante semelhante de volumes baixos na maioria das localidades gaúchas com acumulados mais altos em poucos lugares.

Finalmente, veja o que indica de chuva acumulada para o mesmo período de 72 horas o modelo meteorológico GFS dos Estados Unidos. Tal como os demais, embora com variações locais de volumes, a projeção é de índices pluviométricos baixos na maior parte das cidades gaúchas.

É importante pontuar que os modelos, em geral, têm dificuldade em antecipar volumes altos muito isolados, assim que não se descarta que chova mais que o indicado no mapa em alguns pontos do território gaúcho gaúcho, especialmente na ocorrência de tempestades localizadas.

O que fica muito evidente pelos modelos é que a máxima atividade frontal vai ocorrer sobre Santa Catarina e o Paraná. Isso fará com que os dois estados registrem os volumes mais altos de precipitação. Deve chover muito em setores do Oeste catarinense e paranaense. A região que mais terá água, entretanto, vai ser o Oeste do Paraná, onde vários locais devem ter mais de 100 mm com marcas pontuais perto ou acima de 200 mm.

Há alto risco de tempo severo no Sul do Brasil com temporais isoladamente fortes. Maior risco para a Metade Oeste gaúcha hoje da tarde para a noite, e no Oeste catarinense e no Paraná tanto hoje como amanhã.

Contraste grande de temperatura entre duas massas de ar, atmosfera quente precedendo a frente fria e pressão atmosférica baixa agravam o risco de temporais isolados, especialmente de vendavais.

Tempestades severas associadas ao deslocamento da frente fria devem atingir ainda províncias do Norte da Argentina, como Corrientes e Misiones, o Paraguai, o Oeste do Mato Grosso, o Mato Grosso do Sul e o interior de São Paulo. No Nordeste argentino e no Paraguai, em especial, as tempestades podem ser muito intensas com perigo mesmo de alguns tornados.

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