A diferença de um ano para o outro nas Cataratas do Iguaçu é impressionante por conta da mudança no padrão geral de circulação global na comparação do final do ano de 2023 com este final de 2024. O cenário nas quedas nas últimas semanas foi radicalmente distinto de um ano antes.
Há um ano, em novembro, as Cataratas do Iguaçu atingiram o terceiro maior volume de água da história. Os volumes de chuva muito acima da média no Sul do Brasil fizeram com que a vazão atinge patamares históricos no parque nacional localizado no Oeste do Paraná.
De acordo com dados da administração do parque, as três maiores vazões já observadas nas Cataratas do Iguaçu foram 46,3 milhões de litros por segundo em 2014; 35 milhões de litros por segundo em 1983; e 24,2 milhões de litros por segundo em 2023.
O parque esclarece que a vazão observada em novembro de 1 milhão de litros por segundo não representa seca, o que somente ocorre quando a vazão registra números muito abaixo desse patamar. O monitoramento é feito por medidores de pressão d’água, controlados pela COPEL (Companhia Paranaense de Energia).
Mas por que tanta água no final de 2023 e muito menos água no final de 2024? Simples. A resposta é El Niño. No final do ano passado, havia um episódio de El Niño atuando no Oceano Pacífico Equatorial e o fenômeno favorece chuva acima a muito acima da média nos estados do Sul do Brasil.
Aliás, o período de maior intensidade do El Niño se deu justamente no último trimestre de 2023. Tanto que pela primeira vez o Guaíba excedeu a cota de transbordamento no Centro de Porto Alegre desde 1967. E mais do que isso: duas vezes. Na enchente do fim de setembro e na de novembro.
Neste momento, ao contrário, o Pacífico Equatorial Centro-Leste não tem El Niño. Os dados indicam neutralidade (ausência de El Niño e La Niña), inclusive com períodos de temperatura do mar abaixo da média na região.
A vazão das cataratas neste mês de dezembro, entretanto, não será baixa. Não há La Niña ainda, o Pacífico Leste aqueceu em condição que favorece mais chuva no Sul do Brasil e os modelos projetam um dezembro de chuva acima a muito acima da média na bacia do Iguaçu, no Paraná.
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