Grande Porto Alegre enfrenta uma tarde de domingo com umidade relativa do ar altíssima e formação de neblina em alguns pontos com presença de nuvens baixas | ALEXANDRE PINTO

A umidade está nas alturas no Rio Grande do Sul neste domingo. Com ar mais quente avançando sobre a massa de ar frio que atuou nos últimos dias no Estado, o que vai formar frente quente entre hoje e amanhã que deve trazer chuva forte e risco de temporais isolados de granizo, os índices de umidade relativa do ar neste domingo são extremamente altos no território gaúcho.

De acordo com dados de estações oficiais, os valores de umidade relativa do ar às 15h deste domingo, portanto no meio da tarde que costuma ser o período de menor umidade do dia, estavam entre 95% e 100% na maioria dos municípios gaúchos com registro de chuva em várias regiões do Estado.

Estações apontavam umidade relativa do ar às 15h de 100% em São Vicente do Sul, Santa Maria e Cambará do Sul, 99% em Caçapava do Sul e Encruzilhada do Sul, Vacaria, Lagoa Vermelha em São José dos Ausentes, 97% em Tupanciretã, Canela e Passo Fundo, 96% em Ibirubá e Canoas, e 95% em Porto Alegre, Bento Gonçalves e Caxias do Sul.

Dias úmidos não são incomuns nesta época do ano. Pelo contrário, a estatística histórica revela que este costuma ser o período do ano em que há maior frequência de dias de alta umidade no território gaúcho. Não à toa, junho é o mês do ano com maior incidência de frentes quentes no Rio Grande do Sul com ar quente avançando sobre ar frio com neblina, nevoeiro, chuva e altos índices de umidade.

Conforme as normais climatológicas 1991-2020, o mês de junho tem a maior umidade relativa do ar média em Porto Alegre entre todos os meses do ano com média de 82,8%. É seguido por maio com 81,5%, julho com 81,3% e agosto com 78,2%. Assim, os meses do inverno são os mais úmidos do ano pela climatologia histórica.

Isso já ocorria na série histórica anterior 1961-1990 em que junho era o mês mais úmido do ano com umidade relativa do ar média mensal de 82% seguido por maio e julho com 81%, e agosto com 79%. Ou seja, quase nada mudou em termos de umidade em Porto Alegre neste período de aceleradas mudanças climáticas das últimas décadas.

Rio Grande do Sul tem uma tarde de domingo extremamente úmida enquanto no Brasil Central o ar está muito seco com umidade abaixo de 30% em quase todos os municípios de Goiás, Tocantins e Mato Grosso | METSUL

Em razão da elevada umidade relativa do ar, vários pontos da Grande Porto Alegre tinham restrição de visibilidade horizontal e teto baixo na tarde deste domingo. Em alguns pontos havia, inclusive, a formação de neblina, como era o caso de cidades do Vale do Sinos.

Às 15h, conforme os boletins METAR (Meteorological Aerodrome Report) da Aeronáutica, a visibilidade horizontal no Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, era de 8 mil metros. Já na base aérea de Canoas, a visibilidade estava em 4 mil metros.

A previsão é que a umidade siga altíssima no Rio Grande do Sul nesta segunda-feira, dia que deve ter a intensificação da instabilidade com a frente quente ganhando força nas primeiras horas e depois se convertendo em uma frente fria à medida que a instabilidade passa a ser impulsionada por ar mais frio de Sul.