Tempestade solar severa atingiu a Terra na última noite e prossegue com menor força no começo desta quarta-feira como consequência de explosões no sol voltadas para a Terra ocorridas no final de semana, provocando um espetáculo de luzes no céu em vários países com as auroras.

Céu se encheu de cores com auroras em estados do Meuio-Oeste e do Norte dos Estados Unidos | ROSS HARRIED/NURPHOTO/NURPHOTO/AFP/METSUL
O Centro de Previsão do Tempo Espacial da NOAA (SWPC) chegou a declarar tempestade geomagnética severa (G4), numa escala que vai até extrema (G5), o que proporcionou um dos maiores espetáculos de auroras ao redor do mundo do atual ciclo solar de 11 anos.
Nos Estados Unidos, as auroras boreais puderam ser vistas em quase todo o país. Foram avistadas até em estados mais ao Sul como Califórnia, Texas, Alabama e a Flórida. Até no México foram vistas durante a noite da terça-feira.
Mesmo na América do Sul, onde o fenômeno é muitíssimo menos comum, a aurora austral foi observada na noite de ontem em Punta Arenas, em Magallanes, extremo Sul do Chile, e na província da Santa Cruz, na Patagônia da Argentina.
A visualização não foi tão ampla, contudo, como na tempestade solar de 11 de maio do ano passado, quando a aurora austral chegou a ser observada na região de Buenos Aires e até no Uruguai em localidades perto da fronteira com o Brasil, como em Punta del Diablo, no departamento de Rocha.
Naquela noite de maio do ano passado, o céu estava encoberto no Rio Grande do Sul. Não estivesse, muito possivelmente haveria registros da aurora no céu do território gaúcho, o que seria inédito em documentação visual do fenômeno no Brasil.
AURORAS AUSTRALES desde Punta Arenas ‼️‼️
Desde el sur de Punta Arenas #puq se pudieron apreciar las #auroras a simple vista antes de que se nublara 💜@RedGeoChile @TuiteroSismico @meganoticiascl @24HorasTVN @chilevision pic.twitter.com/Pg8vNldEAu
— @eduardohernandezfotografia (@xapahernandez) November 12, 2025
#Auroras #Urgente 😱🌌
Se observan auroras en Santa Cruz!. pic.twitter.com/bRMbr94qD9— Tiempo AMBA (@Tiempo_AMBA) November 12, 2025
#AVISO ⚠️ | Reporte vía redes sociales de visualización confirmada de #AurorasBoreales en los estados de #Chihuahua, #SanLuisPotosí y #Zacatecas.☀️🇲🇽
🤓 Para visualizarlas en nuestro país es importante tener un equipo fotográfico profesional con los ajustes correctos.📷 pic.twitter.com/QM95EkqdcT
— Prevención Mexicana (@PreMxOficial) November 12, 2025
A tempestade solar deve prosseguir ao longo desta quarta-feira e pode voltar a ganhar força como consequência da chegada de uma ejeção de massa coronal de uma grande explosão ocorrida no sol no começo da manhã de ontem.
Satélites e sondas da NASA registraram na manhã da terça-feira a maior erupção no sol deste ano e uma das mais intensas do atual ciclo solar com uma explosão solar de classe X5.1. A explosão X5.1 foi geoefetiva, ou seja, voltada diretamente para a Terra.
A erupção, a mais intensa desde outubro do ano passado, atingiu seu pico por volta das 7h (horário de Brasília) da terça, a partir da mancha solar AR4274, uma região extremamente ativa na superfície solar nos últimos dias.
As explosões solares são classificadas em cinco categorias – A, B, C, M e X – com cada letra representando um aumento dez vezes maior na intensidade da energia liberada. Dentro da classe X, a numeração indica o grau de força. Uma erupção de classe X5.1 é considerada de grande magnitude e pode causar impactos significativos na ionosfera terrestre.
A mesma mancha solar já havia produzido duas grandes erupções nos dias anteriores — uma X1.7 no sábado e outra X1.2 no domingo, cujas ejeções de massa coronal se somaram para gerar a tempestade solar severa da noite de ontem. Essas tempestades ocorrem quando o campo magnético da CME se orienta para o Sul, interagindo com o campo magnético do planeta.
As erupções solares são explosões de energia eletromagnética na atmosfera do sol, geralmente acima das manchas solares, regiões mais escuras e frias formadas pelo acúmulo de campos magnéticos. Essas explosões podem afetar comunicações por rádio, redes elétricas, sistemas de navegação e representar risco para satélites e astronautas.
O evento de ontem foi classificado como X5.1 enquanto o mais poderoso já registrado chegou a X28, em 4 de novembro de 2003. Embora uma erupção solar de classe X5.1 seja relativamente rara, já ocorreram eventos mais fortes no atual ciclo solar, segundo a NASA. Entre os principais registros estão:
- 3 de outubro de 2024 — X9, a mais intensa do ciclo solar 25, responsável por auroras visíveis em várias partes do planeta.
- 5 de maio de 2024 — X8.7.
- 1º de outubro de 2024 — X7.1.
- 22 de fevereiro de 2024 — X6.3.
- 11 de maio de 2024 — X5.9, que gerou auroras em escala global e que foram visíveis até na Argentina, Uruguai e em cidades uruguaias perto da fronteira com o Rio Grande do Sul.
O ciclo solar atual, conhecido como Ciclo 25, alcançou o chamado máximo solar em outubro de 2024, quando também ocorreu uma erupção de classe X5. Especialistas, contudo, acreditam que o Sol possa estar apresentando um duplo pico de atividade, algo que já foi observado em ciclos anteriores.
Durante o máximo solar, o sol libera com mais frequência erupções e ejeções de massa coronal. Quando essas ondas de partículas chegam à Terra, interagem com a atmosfera superior, excitando átomos de oxigênio e nitrogênio — processo que dá origem às auroras, em tons de verde, vermelho e violeta, que iluminam o céu polar.
Mesmo sem riscos diretos à saúde humana, a sequência de explosões mostra que o sol segue em um momento de intensa atividade, com energia suficiente para afetar comunicações, redes elétricas e a própria atmosfera terrestre.
