O número de mortos em consequência do ciclone extratropical que atingiu o Sul e o Sudeste do Brasil nesta semana subiu para seis. Foram três mortes em Santa Catarina e três em São Paulo, provocadas por temporais de chuva intensa, ventos fortes e deslizamentos de terra.

Cidade de São Paulo teve queda de centenas de árvores pelo ciclone com saldo de duas mortes em consequência do vento | NELSON ALMEIDA/AFP/METSUL
Em Santa Catarina, a tragédia ocorreu em Palhoça, na Grande Florianópolis. Um carro foi arrastado por uma enxurrada na terça-feira (9), no bairro São Sebastião. O veículo, uma Land Rover, era ocupado por um casal e uma criança de cerca de um ano. O bebê foi o primeiro encontrado morto às margens do rio, fora do carro, enquanto o casal foi localizado dentro do veículo submerso. Os três morreram no local.
Em São Paulo, as três mortes foram registradas em diferentes municípios atingidos pela onda de tempo severo associada ao ciclone. Na capital paulista, uma mulher de 54 anos morreu após ser atingida por um muro que desabou no bairro de Sapopemba, na Zona Leste, durante o vento na tarde de quarta-feira (10). A vítima chegou a ser socorrida com traumatismo cranioencefálico e fratura no fêmur, mas não resistiu.
A segunda morte no estado ocorreu em Campos do Jordão, na Serra da Mantiqueira. Um morador morreu depois que um deslizamento de terra atingiu um imóvel durante a forte chuva na quarta (10). O corpo foi encontrado sob os escombros por equipes da Defesa Civil. Três casas vizinhas precisaram ser interditadas por risco de novos deslizamentos, e oito moradores ficaram desabrigados, sendo encaminhados para abrigos municipais.
Na quinta (11), um homem de 52 anos morreu após cair de uma escada enquanto ajudava a retirar um galho de árvore que bloqueava uma rua na região central de São Paulo, um dia depois do vendaval do ciclone extratropical. Ele usava uma serra elétrica quando caiu e bateu a cabeça. Centenas de árvores caíram na capital paulista.
Entre segunda-feira (8) e quarta (10), um ciclone extratropical provocou uma onda de tempo severo no Sul e no Sudeste do Brasil, com tempestades intensas, chuva extrema e ventos ciclônicos.
No Rio Grande do Sul, houve vendavais, um tornado em Flores da Cunha e volumes de chuva entre 100 mm e 300 mm, com alagamentos, enxurradas e inundações em dezenas de municípios. Cinco estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro) registraram vento acima de 100 km/h.
Em Santa Catarina, a Grande Florianópolis registrou cerca de 200 mm de chuva em um dia, com enxurradas e três mortes, além de ventos acima de 100 km/h e falta de energia para cerca de 100 mil imóveis. No Paraná, rajadas superaram 130 km/h na Serra do Mar, causando quedas de árvores, destelhamentos e apagões.
No Sudeste, ventos acima de 100 km/h atingiram a Grande São Paulo, derrubaram centenas de árvores, cancelaram mais de 100 voos e deixaram cerca de 2 milhões de imóveis sem luz, enquanto o Rio de Janeiro teve rajadas superiores a 100 km/h na Região Serrana e quedas de árvores na capital.
